
Aeroporto de Porto Alegre retoma voos nacionais nesta segunda após 170 dias fechado
Operação terá ampliação gradual até dezembro. O terminal ficou inoperante devido às chuvas.
Da Redação
20/10/24 • 13h57

Após permanecer fechado por cerca de 170 dias devido aos estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, voltará a operar voos nacionais a partir desta segunda-feira (21). Inicialmente, o aeroporto funcionará entre 8h e 22h, para permitir que obras pendentes continuem durante a noite.
A concessionária Fraport Brasil informou que, nesta primeira fase, apenas 1.730 metros dos 3,2 mil metros da pista principal serão utilizados, além de seis fingers e uma posição remota para embarque. No primeiro dia de operação, estão previstos 71 pousos e decolagens, e o aeroporto terá capacidade para até 128 operações domésticas por dia.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, declarou nas redes sociais que a operação total, incluindo voos internacionais, será retomada até o Natal. Ele também destacou a importância do Salgado Filho para a retomada econômica do Estado e a continuidade da malha aérea no interior do Rio Grande do Sul durante a crise.
A retomada parcial trará de volta serviços essenciais, como check-in, despacho de bagagens e embarque de passageiros, que ocorrerão temporariamente na área internacional, com acesso pelas portas 5 e 6 do segundo piso. A praça de alimentação também começará a reabrir gradualmente na próxima semana. A previsão é que a pista principal e os primeiros voos internacionais estejam plenamente operacionais até 16 de dezembro.
O Aeroporto Salgado Filho, que é responsável por 90% do tráfego aéreo no Estado, foi fechado em 3 de maio após as fortes chuvas que alagaram as pistas e o terminal de passageiros. A tragédia ambiental afetou 468 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, deixando mais de 2,34 milhões de pessoas desabrigadas e causando ao menos 183 mortes.
Em julho, a Fraport retomou parcialmente o processamento de passageiros e o controle de segurança no aeroporto, mas os voos continuaram sendo operados a partir da Base Aérea de Canoas, localizada a 10 quilômetros do terminal, com o transporte de passageiros feito por ônibus.
A crise evidenciou a necessidade de investimentos em infraestrutura aeroportuária regional. A concessionária Fraport solicitou ao governo federal uma revisão extraordinária do contrato de concessão, alegando prejuízos financeiros devido à interrupção das operações e aos custos de reparo. Em resposta, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou a liberação de R$ 425,96 milhões para a concessionária em agosto.
Em 27 de setembro, o governo federal autorizou o repasse dos recursos aprovados. A quantia será liberada em parcelas conforme a necessidade dos gastos for comprovada, podendo ainda ser ajustada com base nas despesas efetivas.