
Rivaldo Barbosa afirma que nunca falou com os irmãos Brazão
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro está preso desde 24 de março.
Da Redação
16/07/24 • 12h10

O delegado de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, suspeito nos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, declarou nesta segunda-feira (15) que nunca teve contato com os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do crime. Preso desde 24 de março, Barbosa participou de audiência no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, por videoconferência.
“A única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu Ronnie Lessa [réu confesso da execução dos homicídios] com provas técnicas. Eu nunca falei com nenhum irmão Brazão, nem sobre assuntos pessoais, profissionais, políticos, religiosos, espirituais ou de lazer. Eu nunca falei com essas pessoas na minha vida”, afirmou o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Rivaldo Barbosa também disse que as milícias são um “câncer” no Rio de Janeiro. “A milícia hoje no Rio de Janeiro é um câncer, um mal, é uma coisa horrível que faz com que mortes aconteçam. Eu lutei muito contra as milícias, e hoje estou aqui por ter brigado tanto com essas pessoas. A milícia faz com que muitas pessoas sejam mortas, inclusive a vereadora Marielle e o motorista Anderson”, disse.
Barbosa, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e seu irmão, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ), foram denunciados por participação nos assassinatos. Segundo as investigações, o ex-chefe da Polícia Civil deu orientações, a mando dos irmãos Brazão, para os disparos contra Marielle e Anderson Gomes. A participação de Barbosa na reunião do Conselho de Ética foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na reunião, o vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Willian Coelho (Democracia Cristã), afirmou que a relação do deputado Chiquinho Brazão com Marielle Franco sempre foi boa. “Nunca presenciei nenhuma animosidade, nenhum desentendimento, nem com nenhum vereador da Câmara”, disse, ressaltando que a vereadora era muito respeitada e querida.
O depoimento faz parte do processo de cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão, acusado de quebra de decoro parlamentar pela suposta participação no crime.