
Leitão busca nacionalizar a campanha em debate na Band, enquanto Fernandes evita Bolsonaro
Primeiro encontro entre os candidatos no segundo turno em Fortaleza é marcado por acusações e estratégias distintas.
Da Redação
15/10/24 • 12h24

Na última segunda-feira (14), a Band Ceará realizou o primeiro debate do segundo turno das eleições municipais em Fortaleza, colocando frente a frente os candidatos Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL). O encontro foi marcado por trocas de acusações e a apresentação de estratégias de campanha distintas, refletindo o tom que deve predominar nas semanas finais antes do pleito.
Evandro Leitão, candidato do PT, optou por nacionalizar a disputa, ligando sua campanha às figuras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação Camilo Santana, todos do PT. Leitão também associou seu oponente, André Fernandes, ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apontando a gestão de Bolsonaro como um “fracasso” e o ex-chefe do executivo nacional como “fracassado”. Durante o debate, o petista aproveitou o tema da saúde mental para criticar os opositores:
“É preciso avançar na questão da saúde mental da nossa cidade. Saúde mental que no período pós-pandemia ficou tão afetada. Todos nós nos lembramos o que o líder maior (Bolsonaro) fez. Ele (André Fernandes) não fala de Bolsonaro porque ele o esconde. É o maior aliado dele, o presidente fracassado que governou esse país por quatro anos e que agora quer colocar seu filhote aqui em Fortaleza”, reforçou o petista.
Em contraste, André Fernandes procurou desvincular-se de Jair Bolsonaro durante o debate, recusando-se a discutir temas nacionais e focando na realidade local. Ele acusou Leitão de usar Lula, Elmano e Camilo como “bengalas” para fortalecer sua campanha.
“Estamos aqui para falar de Fortaleza, ele tenta nacionalizar a eleição porque não consegue fazer campanha sem as três bengalas dele. Eu me vacinei e, aos finais de semana, os postos de saúde estarão abertos para ampliar a imunização de acordo com o programa do Ministério da Saúde”, disse Fernandes, em uma aparente mudança de tom em relação ao discurso bolsonarista sobre vacinas.
Durante o debate, Fernandes também reagiu às críticas de Leitão sobre sua conduta nas redes sociais, reconhecendo erros do passado e afirmando que se arrepende de publicações antigas. O petista, por sua vez, criticou o histórico de postagens de Fernandes, destacando agressões e preconceitos contra as mulheres.
O candidato do PL também aproveitou o momento para criticar a aliança partidária de Leitão, sugerindo que sua gestão estaria “loteada” com cargos de diversos partidos.
“Imagino o quão difícil seria governar com a prefeitura toda loteada, os cargos todos divididos para tantos partidos políticos”, salientou Fernandes.
Ao longo do debate, o petista voltou a provocar o oponente sobre Bolsonaro, perguntando o que o ex-presidente fez por Fortaleza. Fernandes se recusou a entrar na questão nacional, afirmando que só discutirá esse tema em 2026.
“Ele quer falar de Bolsonaro, quer falar de Lula, quer falar sobre a nacionalização da política. Em 2026, com certeza terei toda a oportunidade para falar ao povo de Fortaleza o que penso da política nacional, mas estamos aqui para debater Fortaleza, finalizou Fernandes.