
Irmãos Brazão negam envolvimento com milicianos do Rio de Janeiro
Ambos são acusados de serem os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Da Redação
17/07/24 • 12h03

O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, negaram qualquer envolvimento com as milícias do Rio de Janeiro nesta terça-feira (16). Ambos são acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, e estão presos desde 24 de março.
Em depoimento por videoconferência ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Chiquinho Brazão afirmou ser vítima de uma acusação infundada. “Sou vítima, assim como foi a vereadora Marielle. Não estou envolvido em nada, somos vítimas de uma acusação de um réu confesso para obter benefícios na justiça. Nem imagino porque esse indivíduo, que não conhecemos, está provavelmente protegendo alguém”, declarou o deputado.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso dos crimes, mencionou os dois irmãos em delação premiada. Chiquinho Brazão negou qualquer reunião ou homenagem a milicianos e afirmou ter uma boa relação com Marielle. “A minha relação com Marielle era maravilhosa, sempre foi perfeita. Ela ia lá para a gente bater papo, conversar, sempre pedia um chicletinho”, disse.
Os depoimentos são parte do processo de cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão, acusado de quebra de decoro parlamentar pela suposta participação no crime. Domingos Brazão também negou envolvimento com milicianos e afirmou não conhecer o delegado Rivaldo Barbosa, outro acusado no caso. “Sou conselheiro do estado do Rio de Janeiro, mas jamais recebi esse tipo de agenda. Jamais recebi milicianos no Tribunal de Contas”, afirmou.
Durante a audiência, Domingos Brazão se emocionou e expressou confiança na absolvição. “Confio na justiça de Deus, confio no Supremo, na seriedade dos ministros e confio que nós seremos absolvidos. Vai ficar essa sequela desse sofrimento”, disse.