Da euforia à frustração: Ferrão busca se reinventar em meio ao caos

Por Fellipe Málaga
08/10/24 • 18h56

Vilar vai para a sua quinta passagem pelo Tubarão da Barra. (Foto: Xandy Rodrigues)

O Ferroviário, definitivamente, não correspondeu às expectativas na temporada. Se o ano passado foi de celebração pela conquista da Série D do Campeonato Brasileiro e, consequentemente, de avanço à Terceirona, em uma jornada histórica que mobilizou inclusive outras torcidas do Estado, numa corrente do bem pelo clube coral, 2024 se revelou decepcionante para fanáticos pelo Tubarão da Barra.

Com uma campanha bem aquém das projeções na Série C nacional, o Ferrão encerrou sua participação de forma melancólica, ainda em agosto, com um empate em 3 a 3, no Estádio Presidente Vargas, diante do Tombense, resultado que não evitou – e acabou por oficializar – o temido descenso para a Série D. A euforia deu lugar à frustração. O ano praticamente encerrou-se pouco depois da metade da temporada regular.

Com Marcelo Vilar, multicampeão com a camisa coral, regressando ao comando técnico pela quinta vez em sua carreira, o clube retomará as atividades no dia 14 de outubro, quando iniciará o período de pré-temporada. Durante aproximadamente um mês, o reformulado elenco trabalhará no Elzir Cabral em preparação para a disputa da Taça Fares Lopes. Pela competição estadual, o Caucaia será o primeiro desafio.

Por dias melhores

Por falar em desafio, essa é uma palavra bem apropriada para traduzir o atual cenário do clube. Alguns profissionais que atuavam na parte administrativa deixaram a Barra do Ceará, assim como alguns atletas, que solicitaram seus desligamentos. Outros tiveram os vínculos encerrados. Uma lista de reforços é discutida entre comissão técnica e diretoria, com alguns nomes sendo indicados pelo novo treinador. Sendo assim, novos contratados já devem desembarcar no Ferrão ao longo das próximas semanas.

Já que o assunto é quem chega e quem sai, é preciso destacar também quem fica. É o caso do atacante Ciel, considerado o grande jogador do Peixe nos últimos dois anos. O artilheiro de 42 anos estava com sua permanência tida como improvável devido à situação financeira delicada e dos salários considerados acima da capacidade. Entretanto, após reuniões internas e esforços de alguns conselheiros, o camisa 99 deve seguir vestindo a camisa coral.

Para compor o novo plantel, Vilar pretende utilizar também algumas peças do time sub-20. Os jovens devem ser melhor aproveitados e ganhar mais minutagem no grupo profissional, como é o caso de Thiago Pulga, irmão de Erick Pulga, atacante do rival Ceará. Thiago tem 19 anos e é visto como um atleta de enorme potencial, comparado ao irmão que também vestiu a camisa coral e ganhou notoriedade.

Com a palavra, o torcedor!

Ressabiada, a torcida do Tubarão encara o (re)início de trabalho com desconfiança. Na Barra do Ceará, o clima ainda é de frustração pelo rebaixamento. “A gente não esperava ganhar a Série C, mas que pelo menos permanecesse, fizesse tudo o que fosse possível para não cair. Era importante para ir se acostumando com o nível da competição. Os torcedores fizeram o que puderam, compareceram, apoiaram, mas o time decepcionou muito, o Paulinho Kobayashi não conseguiu fazer a equipe ser competitiva. Agora é juntar os cacos. Nem sei o que esperar daqui pra frente”, explica Moisés Júnior, empresário e torcedor fanático do Ferrão.