
Rendimento médio dos trabalhadores brasileiros registra alta de 5,8%, aponta Ipea
Crescimento dos rendimentos é impulsionado por trabalhadores informais e do setor público.
Da Redação
09/09/24 • 08h30

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que revela um crescimento interanual de 5,8% na renda habitual média dos trabalhadores brasileiros no segundo trimestre de 2024. A pesquisa, que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, destaca que os rendimentos do trabalho mantiveram uma trajetória de alta em comparação ao trimestre anterior, apesar de uma leve retração nos últimos meses. Em abril de 2024, o rendimento médio real atingiu R$ 3.255, mas caiu para R$ 3.187 em julho, representando uma queda de 2,1%.
O estudo destaca que os maiores aumentos interanuais de renda foram observados entre trabalhadores por conta própria (7%), empregados sem carteira (7,9%) e servidores públicos (7,4%). Em contrapartida, trabalhadores privados com carteira assinada registraram um crescimento mais modesto de 4,4%, mantendo um ritmo mais lento de recuperação desde o início de 2023.
Regionalmente, a renda na Região Nordeste teve o maior crescimento em comparação ao quarto trimestre de 2022, com aumento de 8,5%. Entre os grupos demográficos, o destaque foi para trabalhadores com mais de 60 anos, cuja renda aumentou 8,8%, enquanto aqueles com ensino superior registraram uma elevação de 5,7%. Entretanto, trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou com menor escolaridade viram um aumento mais tímido de apenas 1,1%.
Por outro lado, o Centro-Oeste apresentou o crescimento mais baixo entre as regiões (3,3%), assim como jovens de 14 a 24 anos (3,6%) e trabalhadores de regiões metropolitanas (4,4%).
O estudo também analisou a evolução dos rendimentos entre homens e mulheres. Ao longo de 2023, o crescimento interanual da renda das mulheres havia superado o dos homens, com alta de 4,2% contra 2,5% no quarto trimestre de 2023. No entanto, no segundo trimestre de 2024, os homens voltaram a apresentar um crescimento maior, com aumento de 6,2%, em comparação aos 5,2% registrados pelas mulheres.
Setorialmente, os piores desempenhos foram observados nos setores de construção, agricultura e serviços profissionais. A renda habitual nesses setores apresentou queda de 1% na construção, enquanto agricultura e serviços profissionais registraram aumentos modestos de 0,5% e 2,1%, respectivamente. Em contrapartida, os trabalhadores da indústria e da administração pública tiveram crescimento significativo na renda, superior a 8%.