
Planos de saúde têm lucro líquido de R$ 3,33 bi no primeiro trimestre de 2024
Dados foram divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nesta quarta-feira (12).
Da Redação
13/06/24 • 10h30

As operadoras de planos de saúde registraram lucro líquido de R$ 3,33 bilhões nos primeiros três meses de 2024, o melhor resultado para um 1º trimestre desde 2019. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta quarta-feira (12), o lucro equivale a aproximadamente 3,93% da receita total acumulada no período, que superou R$ 84 bilhões.
O desempenho positivo foi observado em todos os segmentos: operadoras exclusivamente odontológicas registraram lucro de R$ 187,9 milhões, as médico-hospitalares de R$ 3,07 bilhões, e as administradoras de benefícios de R$ 66,4 milhões. Pela primeira vez desde 2021, as operadoras médico-hospitalares fecharam o 1º trimestre com saldo positivo na diferença entre receitas e despesas, com resultado operacional de R$ 1,9 bilhão.
Mesmo com a redução de taxas de juros, a remuneração das aplicações financeiras das operadoras médico-hospitalares, que totalizaram R$ 115,4 bilhões ao final de março, contribuiu para o resultado líquido positivo. No primeiro trimestre de 2024, o resultado financeiro foi de R$ 2,3 bilhões, similar aos observados em 2022 e 2023. Jorge Aquino, diretor da ANS, ressaltou a recuperação econômico-financeira do setor, destacando a importância de investimentos em gestão e melhoria dos serviços aos beneficiários.
Na análise por porte de operadora, as médico-hospitalares de grande porte foram as principais responsáveis pela recuperação, com lucro de R$ 2,4 bilhões no 1º trimestre de 2024, comparado a um resultado nulo no mesmo período do ano anterior. As operadoras médias tiveram uma redução de R$ 0,1 bilhão, enquanto as pequenas tiveram um aumento de R$ 0,1 bilhão, dobrando o resultado do período anterior.
A sinistralidade, principal indicador de desempenho das operadoras médico-hospitalares, registrou 82,5% no 1º trimestre de 2024, 4,7 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano anterior. A redução da sinistralidade se deve à recomposição das mensalidades dos planos comparada à variação das despesas, especialmente nas operadoras de grande porte. Desde 2023, o crescimento das mensalidades médias ajustadas pela inflação tem superado a despesa assistencial por beneficiário, indicando uma reorganização dos contratos e recuperação dos resultados em um contexto de aumento de beneficiários e queda dos juros.