
Número de famílias endividadas chega a 78,8%, maior valor desde novembro de 2020
Para efeitos de comparação, o valor registrado pela Peic em maio de 2023 era de 78,3%.
Da Redação
10/06/24 • 14h45

O percentual de famílias endividadas no Brasil subiu pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 78,8% em maio deste ano. Em abril, a taxa era de 78,5%, enquanto em maio de 2023, a proporção de endividados era de 78,3%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Com o resultado de maio, divulgado nesta segunda-feira (10) no Rio de Janeiro pela CNC, o percentual de famílias com dívidas no país atingiu o maior patamar desde novembro de 2022. A pesquisa considera endividados aqueles que possuem qualquer dívida, mesmo que não esteja em atraso, como compras no cartão de crédito ou financiamentos.
Segundo a CNC, o dado indica que as famílias continuam aumentando sua demanda por crédito, aproveitando o menor custo com os juros. A taxa básica de juros (Selic) vem caindo desde agosto do ano passado, quando recuou de 13,75% para 13,25%, estando atualmente em 10,50%.
O percentual de famílias que se consideram muito endividadas chegou a 17,8% em maio, acima dos 17,2% de abril. Já a inadimplência, que considera pessoas com dívidas ou contas em atraso, ficou em 28,6% em maio, o mesmo nível de abril, mas abaixo dos 29,1% de maio do ano passado.
Entre o total de famílias, aquelas que não terão condições de pagar suas dívidas ficaram em 12% em maio, ligeiramente abaixo dos 12,1% do mês anterior, mas acima dos 11,8% de maio de 2023.
O endividamento das famílias é impulsionado principalmente pelo uso do cartão de crédito, presente em 86,9% dos casos, seguido por carnês (16,2%) e crédito pessoal (9,8%). O cheque especial se destacou positivamente, presente nas dívidas de apenas 3,9% das famílias, o menor percentual desde o início da pesquisa em 2010. A previsão da CNC é que o percentual de endividados continue crescendo até dezembro, quando deverá atingir 80,4%.