Moody’s eleva nota da dívida pública brasileira, sinalizando perspectivas positivas

Reformas econômicas e crescimento robusto contribuem para a melhoria da classificação de risco do Brasil.

Da Redação
02/10/24 • 11h40

A nova classificação indica um menor risco de calote da dívida pública. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, anunciou nesta terça-feira (1º) a elevação da nota da dívida pública brasileira de Ba2 para Ba1, aproximando o país do tão almejado grau de investimento. Com a nova classificação, o Brasil passa a estar apenas um nível abaixo desse status, que indica menor risco de calote da dívida pública. A agência também destacou a perspectiva positiva, o que sugere que o país pode ver uma nova alta em sua nota nos próximos meses.

Em seu comunicado, a Moody’s apontou a melhora significativa no crédito do Brasil, atribuída ao crescimento econômico robusto e às reformas econômicas e fiscais implementadas recentemente. Entre as reformas mais destacadas, está a reforma tributária, que segundo a agência, irá melhorar o ambiente de negócios e otimizar a alocação de recursos, aumentando o potencial de crescimento a longo prazo.

Outro ponto destacado foi o compromisso com as metas fiscais e a estabilização da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), além da agenda de transição energética, que deve atrair investimentos privados e reduzir a vulnerabilidade do país a choques climáticos.

No que diz respeito às contas públicas, a Moody’s prevê uma melhora gradual nos resultados primários do governo ao longo dos próximos três anos, impulsionada pelo aumento da arrecadação, principalmente entre as classes mais ricas, e pela revisão de despesas.

Embora o Brasil ainda enfrente dívida pública elevada e juros altos, a agência ressaltou que o país possui ativos líquidos significativos, sendo credor externo desde 2006 e contando com reservas internacionais superiores à sua dívida externa. Além disso, o financiamento do governo brasileiro ocorre, em grande parte, no mercado doméstico em moeda local, o que reduz sua dependência de divisas estrangeiras.

O Ministério da Fazenda comemorou a elevação da nota, ressaltando o compromisso em melhorar as contas públicas por meio de aumento da arrecadação e controle dos gastos. “Um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados”, afirmou a pasta em nota oficial.