Mercado financeiro reduz expectativa de inflação para 2024

Já a projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 1,75% para 1,77%.

Da Redação
05/03/24 • 09h52

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. (Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil)

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 foi ajustada de 3,8% para 3,76%, segundo dados do Boletim Focus divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). Esta pesquisa semanal compila as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país. Para os próximos anos, as estimativas permanecem estáveis, com a inflação projetada em 3,51% para 2025 e 3,5% para 2026 e 2027.

A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que coloca o limite superior em 4,5%. A estimativa para 2024 enquadra-se nesse intervalo, sugerindo um alinhamento das expectativas do mercado com os objetivos de política monetária do BC.

Em janeiro, a inflação brasileira registrou uma variação de 0,42%, impulsionada principalmente pela alta nos preços dos alimentos, um decréscimo em relação aos 0,56% observados em dezembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado nos últimos 12 meses atingiu 4,51%, demonstrando os desafios contínuos enfrentados no controle da inflação.

Para manter a inflação sob controle, o Banco Central tem utilizado a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento. Atualmente, a Selic está definida em 11,25% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) promover cortes consecutivos na taxa, em um esforço para alcançar a meta de inflação estabelecida. O Copom sinalizou que continuará com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, dependendo do cenário econômico de longo prazo.

Além das perspectivas para a inflação e taxa Selic, o mercado financeiro também ajustou suas projeções para o crescimento econômico do Brasil. A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu ligeiramente de 1,75% para 1,77%, com projeções de crescimento de 2% para 2025, 2026 e 2027. Essa revisão positiva reflete o desempenho da economia brasileira, que registrou um crescimento de 2,9% no último ano, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário.