Mercado diminui a previsão da inflação de 4,02% para 4% em 2024

A projeção foi divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (15).

Da Redação
15/07/24 • 11h50

A estimativa está acima da meta de 3%. (Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma redução, passando de 4,02% para 4% este ano, conforme divulgado no Boletim Focus desta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC). Para 2025, a projeção da inflação subiu de 3,88% para 3,9%. Em 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, que é de 3%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em junho deste ano, o CMN fixou o centro da meta contínua em 3%, com a mesma margem de tolerância.

Em junho, a inflação no país foi de 0,21%, influenciada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, após registrar 0,46% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA acumula 4,23%.

Para alcançar a meta de inflação, o BC utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano. A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas fizeram o BC interromper o corte de juros iniciado há quase um ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas. A Selic deve encerrar 2024 no patamar atual, em 10,5% ao ano, e deve cair para 9,5% ao ano em 2025. Para 2026 e 2027, a previsão é que seja reduzida para 9% ao ano.

O mercado financeiro prevê que a Selic, ao ser aumentada, visa conter a demanda aquecida, o que afeta os preços ao encarecer o crédito e estimular a poupança. Quando a Selic diminui, o crédito tende a ficar mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,1% para 2,11%. Para 2025, a expectativa é de crescimento de 1,97%. Em 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2% para ambos os anos.