Juros recuam, mas rotativo do cartão atinge 423,5% ao ano

Apesar do valor, o valor acumulado do rotativo apresenta redução de 23,% nos últimos 12 meses.

Da Redação
28/05/24 • 11h55

No mês de abril, os juros aumentaram 2,2%. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A taxa média de juros das concessões de crédito para famílias teve pequena redução em abril, enquanto os juros do cartão de crédito rotativo aumentaram 2,2 pontos percentuais, alcançando 423,5% ao ano. O crédito rotativo, utilizado quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito, é uma das modalidades com juros mais altos do mercado. A nova lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida não afetou os dados de abril, pois se aplica apenas a novos financiamentos.

Em contraste, houve uma redução de 23,8 pontos percentuais nos juros do cartão rotativo nos últimos 12 meses. Após 30 dias, as dívidas de cartão de crédito são parceladas, com juros que caíram 8,7 pontos percentuais no mês e 18,5 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 128% ao ano. A taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias caiu 0,4 pontos percentuais em abril e 6,6 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 53% ao ano. Os juros do cheque especial subiram 1,8 pontos percentuais no mês e caíram 3,6 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 129,9% ao ano.

Nas operações com empresas, os juros médios no crédito livre aumentaram 0,4 pontos percentuais em abril e reduziram 2,2 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 21,3% ao ano. O crédito livre permite aos bancos definir as taxas de juros cobradas, enquanto o crédito direcionado tem regras estabelecidas pelo governo e é destinado a setores específicos como habitação e infraestrutura. A taxa média para pessoas físicas no crédito direcionado ficou em 9,9% ao ano em abril, com aumento de 0,1 pontos percentuais no mês e redução de 1,2 pontos percentuais em 12 meses. Para empresas, a taxa caiu 2 pontos percentuais no mês e 3 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 11,3% ao ano.

Em abril, as concessões de crédito caíram 1,6%, totalizando R$ 562,2 bilhões, resultado de um aumento de 4% para pessoas físicas e uma queda de 8% para empresas. O estoque total de empréstimos pelos bancos alcançou R$ 5,893 trilhões, um crescimento de 0,2% em relação a março. O crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$ 16,711 trilhões, com aumento de 0,9% no mês e 10,4% em 12 meses, impulsionado por títulos da dívida pública e empréstimos externos.

A inadimplência das famílias se manteve estável, registrando 3,2% em abril, com 3,6% nas operações para pessoas físicas e 2,6% para pessoas jurídicas. O endividamento das famílias ficou em 48% em março, com um aumento de 0,2 pontos percentuais no mês e queda de 0,6% em 12 meses. Excluindo o financiamento imobiliário, o endividamento foi de 30,1%. O comprometimento da renda ficou em 26,5% em março, um aumento de 0,8 pontos percentuais no mês e redução de 1,1% em 12 meses, com dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.