Desemprego de longa duração cai, mas desigualdade de gênero persiste no mercado de trabalho

Segundo trimestre registra queda no número de pessoas buscando emprego há dois anos ou mais, enquanto disparidades entre homens e mulheres permanecem significativas.

Da Redação
15/08/24 • 16h00

O número de brasileiros que buscam emprego há dois anos ou mais recuou 17,3% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de pessoas nesta situação caiu para 1,7 milhão, o menor desde 2015. Apesar da queda, esse grupo ainda representa 22,4% do total de desempregados no país.

Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, atribui parte dessa redução à expansão do setor de serviços, especialmente aqueles que exigem menor nível de instrução, o que tem possibilitado a absorção de trabalhadores que estavam fora do mercado há mais tempo.

Além disso, também foi observado um recuo no número de pessoas buscando emprego em outras categorias: há mais de um ano e menos de dois anos (-15,2%), entre um mês e um ano (-11%), e há menos de um mês (-10,2%). A maioria dos desempregados (47,8%) se encontra na faixa de busca por trabalho entre um mês e um ano.

Apesar das melhorias no mercado de trabalho, a desigualdade entre homens e mulheres ainda é marcante. A taxa de desemprego entre as mulheres atingiu 8,6% no segundo trimestre, a menor desde 2014. O nível de ocupação das mulheres também alcançou um recorde histórico, com 48,1% delas em idade ativa trabalhando. No entanto, esse número ainda fica 20 pontos percentuais abaixo do nível de ocupação dos homens, que é de 68,3%.

Além disso, a diferença salarial permanece expressiva. O rendimento médio real habitual das mulheres foi de R$ 2.696, cerca de R$ 728 a menos que os homens, cujo rendimento médio chegou a R$ 3.424.