Déficit primário do Brasil sobe para R$ 58,4 bi em fevereiro

Resultado é o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1997

Da Redação
27/03/24 • 13h06

A antecipação dos precatórios prejudicou o déficit primário (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A antecipação de R$ 30,1 bilhões em precatórios para este ano impulsionou o déficit primário do Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, para um recorde em fevereiro. No último mês, o saldo negativo atingiu a marca de R$ 58,444 bilhões, registrando o maior déficit desde o início da série histórica em 1997.

Comparado ao mesmo período do ano anterior, o déficit de fevereiro aumentou em 37,7% acima da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado ficou abaixo das expectativas das instituições financeiras, que estimavam um déficit de R$ 31 bilhões para o mês, conforme a pesquisa Prisma Fiscal divulgada pelo Ministério da Economia.

Apesar do déficit expressivo em fevereiro, nos dois primeiros meses do ano, o Governo Central ainda apresenta um superávit primário de R$ 20,941 bilhões, uma queda de 46,9% em relação ao mesmo período do ano passado, ajustado pela inflação.

O resultado primário, que representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando os juros da dívida pública, tem sido influenciado por diversos fatores, incluindo a antecipação de precatórios, os gastos com o novo Bolsa Família e com a Previdência Social, bem como os investimentos em obras públicas e compra de equipamentos.