Copom decide nesta quarta (19) sobre corte na taxa básica de juros

Valor atualmente está em 10,5%. Previsão do Boletim Focus é que valor permaneça assim até o fim de 2024.

Da Redação
19/06/24 • 09h40

Previsão é da manutenção da Selic em 10,5%. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) enfrenta uma decisão crucial nesta quarta-feira (19) sobre a taxa básica de juros, a Selic, em meio a pressões inflacionárias e uma alta recente do dólar. Atualmente em 10,5%, a Selic pode ser mantida ou sofrer um corte final de 0,25 ponto percentual, dependendo da avaliação do Copom sobre o ciclo econômico e as influências externas, incluindo os juros elevados nos Estados Unidos.

Em sua última reunião em maio, o Copom não deu indicações claras sobre seus planos futuros, o que aumenta as especulações para a decisão deste mês. O boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, mostra que a expectativa é que a Selic permaneça em 10,5% ao longo de 2024. Há um mês, a previsão era que a taxa encerrasse o ano em 10%, indicando uma revisão recente das expectativas.

A reunião de maio revelou divisões entre os diretores do Banco Central, que debateram entre continuar com os cortes da Selic ou começar a estabilizar as taxas. A decisão por um corte de 0,25 ponto percentual, mais conservador do que o debatido (0,5%), foi tomada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, após um empate entre os membros.

O aumento das expectativas de inflação também influencia as deliberações do Copom. Segundo o último boletim Focus, a previsão de inflação para 2024 subiu de 3,8% para 3,96% nas últimas quatro semanas. Esse aumento aproxima a inflação do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com um intervalo de tolerância de até 4,5%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida oficial da inflação, registrou um aumento de 0,46% em maio, impulsionado principalmente pelo custo mais alto dos alimentos após as enchentes no Rio Grande do Sul. Esse resultado levou o IPCA acumulado nos últimos 12 meses a 3,93%, ainda dentro da meta de inflação para o ano.