Contas públicas registram déficit em agosto, mas valor é menor que no ano anterior

Déficit do setor público consolidado alcança R$ 21,4 bilhões, com destaque para o superávit dos governos estaduais e estatais.

Da Redação
30/09/24 • 13h53

Segundo o BC, a dívida bruta está em 78,5% do PIB. (Foto: Agência Brasil)

As contas públicas brasileiras fecharam o mês de agosto com um déficit primário de R$ 21,425 bilhões, resultado do balanço financeiro do setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e estatais. Apesar do saldo negativo, o valor é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o déficit alcançou R$ 22,830 bilhões, segundo o Banco Central (BC).

O déficit primário, que representa a diferença entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida, acumulou R$ 86,222 bilhões nos primeiros oito meses de 2024. Em 12 meses, o valor chega a R$ 256,337 bilhões, o equivalente a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação, o déficit de 2023 foi de R$ 249,124 bilhões, representando 2,29% do PIB.

Enquanto o Governo Central (Previdência, Tesouro Nacional e BC) registrou um déficit de R$ 22,329 bilhões, resultado que contribuiu significativamente para o saldo negativo geral, os governos estaduais apresentaram um superávit de R$ 3,386 bilhões, superando o valor do ano anterior (R$ 1,831 bilhão). Por outro lado, os governos municipais tiveram um saldo negativo de R$ 2,951 bilhões, em contraste com o superávit de R$ 654 milhões registrado em agosto de 2023.

As estatais federais, estaduais e municipais, exceto Petrobras e Eletrobras, também contribuíram positivamente, com um superávit de R$ 469 milhões em agosto, ainda que menor do que os R$ 866 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.

Outro destaque no relatório foi a queda significativa nos gastos com juros, que somaram R$ 68,955 bilhões em agosto, uma redução em relação aos R$ 83,731 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. O BC atribuiu parte dessa queda aos ganhos de R$ 1,7 bilhão com operações de swap cambial no mercado de câmbio, em contraste com as perdas de R$ 10,5 bilhões no mesmo período de 2023.

O resultado nominal, que inclui o saldo primário e os gastos com juros, também apresentou redução. Em agosto, o déficit nominal foi de R$ 90,381 bilhões, menor que os R$ 106,561 bilhões do mesmo mês no ano passado.

A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,026 trilhões, ou 62% do PIB, em agosto, um leve aumento em relação aos 61,8% registrados em julho. Já a dívida bruta do governo chegou a R$ 8,898 trilhões, equivalente a 78,5% do PIB, também registrando alta em relação ao mês anterior, quando a dívida era de 78,4% do PIB.

Esses indicadores continuam sendo monitorados pelas agências de classificação de risco e investidores, que observam a sustentabilidade do endividamento brasileiro e suas implicações no cenário econômico.