Boletim Focus aponta estabilidade nas previsões econômicas para 2024, com expectativas de crescimento e controle da inflação

O relatório semanal do Banco Central destaca projeções de crescimento econômico de 3% e inflação em 4,37% para 2024, enquanto as taxas de juros podem sofrer ajustes até o fim do ano.

Da Redação
30/09/24 • 14h16

Expectativa para expansão da economia este ano é 3%, diz BC. (Foto: Agência Brasil)

Na última edição do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central, as previsões para os principais indicadores econômicos do Brasil em 2024 se mantiveram estáveis. A pesquisa, realizada com economistas de mercado, aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 3% neste ano, com projeções mais conservadoras para os anos seguintes.

O crescimento econômico observado no segundo trimestre de 2024 surpreendeu positivamente, com o PIB subindo 1,4% em relação ao trimestre anterior. Em comparação com o mesmo período de 2023, a alta foi de 3,3%, superando as expectativas iniciais. O IBGE também reportou que, no acumulado de 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões.

Para os próximos anos, a previsão do Focus para o PIB é mais moderada, com expansão projetada de 1,92% em 2025 e 2% tanto para 2026 quanto para 2027. Essas estimativas sugerem um ritmo de crescimento mais contido para os próximos anos.

A previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também permaneceu estável em 4,37% para 2024. Embora essa taxa esteja acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ainda está dentro da margem de tolerância, que vai de 1,5% a 4,5%. Para os anos seguintes, a expectativa é de uma leve redução, com o IPCA previsto em 3,97% para 2025 e 3,6% para 2026.

O mercado também mantém a previsão de cotação do dólar em R$ 5,40 para o fim deste ano e R$ 5,35 para o fim de 2025.

O Comitê de Política Monetária (Copom), que utiliza a taxa Selic como principal instrumento para controlar a inflação, decidiu em sua última reunião aumentar os juros pela primeira vez em mais de dois anos. Atualmente, a taxa básica está fixada em 10,75% ao ano. O mercado espera um novo aumento na reunião marcada para novembro, e a Selic deve encerrar o ano de 2024 em 11,75% ao ano.

Nos próximos anos, a expectativa é de uma gradual redução da taxa de juros, com a Selic caindo para 10,75% em 2025, 9,5% em 2026 e 9% em 2027. A redução das taxas de juros é uma tentativa de estimular o crédito e o consumo, incentivando a produção e a atividade econômica.

As previsões de estabilidade refletem um cenário de cautela e adaptação diante das pressões inflacionárias, das incertezas globais e do impacto das políticas monetárias na economia brasileira.