
Balança comercial brasileira apresenta superávit de US$ 8,534 bi em maio
Valor apresenta queda de 22,3% em relação ao ano passado, mas o acumulado do ano é de US$ 35,887 bi.
Da Redação
07/06/24 • 11h16

A queda nos preços da soja e do minério de ferro fez o superávit da balança comercial diminuir em maio. No mês passado, o país exportou US$ 8,534 bilhões a mais do que importou, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (6). Esse resultado representa uma queda de 22,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas é o terceiro melhor para meses de maio, atrás apenas de maio de 2023 e de 2021.
Apesar do saldo positivo menor em maio, a balança comercial acumula um superávit de US$ 35,887 bilhões nos primeiros cinco meses de 2024. Esse é o maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989, representando um aumento de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao resultado mensal, as exportações caíram enquanto as importações ficaram relativamente estáveis.
Em maio, o Brasil exportou US$ 30,338 bilhões, uma queda de 7,1% em relação ao mesmo mês de 2023. As importações somaram US$ 21,804 bilhões, um aumento de 0,5%. A queda no preço internacional da soja, do minério de ferro e das carnes foi o principal fator para a redução das exportações, apesar do aumento nas vendas de algodão, petróleo bruto e café. Do lado das importações, as compras de fertilizantes, petróleo e derivados, válvulas e tubos termiônicos e compostos químicos diminuíram, mas as aquisições de gás natural e veículos aumentaram.
No mês passado, o volume de mercadorias exportadas caiu 1,9%, puxado pela redução nas vendas de combustíveis e aço semiacabado, enquanto os preços caíram em média 5,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nas importações, a quantidade comprada subiu 7,5%, mas os preços médios recuaram 6,5%.
No setor agropecuário, a queda de preços impactou mais as exportações. O volume de mercadorias embarcadas caiu 3,4% em maio em relação ao mesmo mês de 2023, enquanto o preço médio caiu 15,7%. Na indústria de transformação, a quantidade caiu 8,4%, com o preço médio recuando 0,9%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada subiu 16,6%, enquanto os preços médios diminuíram apenas 2,1%.
Os produtos com maior destaque na queda das exportações agropecuárias foram milho, frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas e soja. Em valores absolutos, a soja se destacou negativamente, com as exportações caindo US$ 2,347 bilhões em relação a maio do ano passado. O preço caiu 17,6%, enquanto a quantidade média diminuiu 13,7%.
Na indústria extrativa, as principais quedas foram em minério de ferro e concentrados, outros minerais em bruto e outros minérios de metais de base. No caso do ferro, o valor exportado caiu 16,6%, com a quantidade embarcada recuando 6,3% e o preço médio caindo 11%. Em relação aos óleos brutos de petróleo, as exportações subiram 35,9% na comparação com maio do ano passado, principalmente devido ao aumento de 32,1% no volume de produção.
O governo revisou para baixo a projeção de superávit comercial para 2024. A estimativa caiu de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões, uma queda de 25,7% em relação a 2023. Segundo o MDIC, as exportações cairão 2,1% em 2024, encerrando o ano em US$ 332,6 bilhões. As importações subirão 7,6%, fechando o ano em US$ 259,1 bilhões. As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro, que projeta um superávit de US$ 82,26 bilhões neste ano.