
Ministério da Saúde e Sesa promovem curso sobre manejo clínico da tuberculose no Ceará
Capacitação ocorre na Escola de Saúde Pública do Ceará e busca melhorar a detecção e o tratamento da doença no estado.
Da Redação
20/08/24 • 11h00

O Ministério da Saúde, em colaboração com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), iniciou nesta segunda-feira (19) o Curso de Manejo Clínico da Tuberculose, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). A capacitação, que se estende até quarta-feira (21), será concluída com uma oficina sobre Vigilância do Óbito com Menção de Tuberculose.
Ana Cabral, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, destacou a relevância do evento para o estado: “Este treinamento é crucial para os profissionais que atuam diretamente com pacientes com tuberculose no Ceará. É uma oportunidade para atualizar o manejo clínico, promover o diálogo, trocar experiências e esclarecer dúvidas. Este momento é fundamental para avançarmos na eliminação da tuberculose como problema de saúde pública até 2030, conforme a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
O evento, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e a Sesa, visa capacitar os profissionais de saúde, especialmente em municípios com alta incidência da doença. Ana Cabral ressalta que um dos grandes desafios é a falta de registros da doença em algumas localidades do estado: “Temos municípios com alta incidência, 80% deles na Região de Saúde de Fortaleza. No entanto, o que nos preocupa são os municípios silenciosos, que ainda não têm diagnóstico de tuberculose. A intensificação da detecção da doença é essencial para compreendermos o cenário real e avançarmos na eliminação da tuberculose como problema de saúde pública”.
Yolanda Morano, articuladora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase da Sesa, reforçou a importância da capacitação: “O Ministério da Saúde é um grande parceiro, e temos obtido bons resultados com essas formações. O Ceará é um dos estados com alta incidência de tuberculose, e precisamos dessa ajuda para enfrentar o problema”.
Outro desafio abordado durante o curso é a adesão ao tratamento, que é longo e dura, em média, seis meses. Melissa Medeiros, coordenadora de telessaúde e fila cirúrgica da Sesa, explicou: “A falta de adesão ao tratamento é um problema sério. Quando um paciente abandona o tratamento, é necessário recomeçar. Além disso, sem o tratamento adequado, o paciente continua a ser um risco de transmissão para a população e pode contribuir para o aumento da resistência às medicações”.
O evento também abordou a vulnerabilidade de certos grupos, como a população indígena, que tem três vezes mais chances de desenvolver a tuberculose. Mateus Neves, consultor técnico da Secretaria de Saúde Indígena, destacou: “Por questões étnico-culturais, os indígenas tendem a viver em agregados, o que aumenta o risco de contágio. O DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará) realiza um trabalho de vigilância rigoroso, testando para tuberculose ao primeiro sintoma respiratório”.