Hospital São José zera infecções urinárias relacionadas ao uso de cateter na UTI

Estratégias de prevenção e boas práticas em saúde são destaques no controle de infecções hospitalares.

Da Redação
10/09/24 • 10h40

O último caso de infecção do trato urinário na UTI aconteceu em junho de 2022. (Foto: Bárbara Danthéias)

O Hospital São José (HSJ) de Fortaleza conseguiu zerar o índice de infecções do trato urinário (ITU) associadas ao uso de cateter vesical de demora na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O último caso registrado desse tipo de infecção ocorreu em junho de 2022, há mais de dois anos. O cateter é um dispositivo utilizado para drenar a urina quando o paciente não consegue fazê-lo de forma espontânea.

Essa conquista foi possível graças a um conjunto de estratégias preventivas implementadas pela equipe da UTI, tanto no momento da inserção do cateter quanto durante a sua manutenção, um protocolo conhecido como “Bundle de Prevenção de ITU”.

Segundo Luciana Fragoso, coordenadora de Enfermagem da UTI, o resultado positivo é fruto de boas práticas de saúde associadas ao uso de dispositivos invasivos. “Diariamente, a equipe avalia se o fluxo de urina está livre, realiza a higienização adequada e verifica a necessidade da manutenção do cateter, uma vez que o uso prolongado aumenta o risco de infecção”, explicou Fragoso.

Essas práticas estão em vigor na UTI desde 2018 e vêm sendo aprimoradas com o apoio do projeto Saúde em Nossas Mãos, vinculado ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa teve como objetivo reduzir em 30% as infecções hospitalares em UTIs do SUS entre 2021 e 2023.

Em reconhecimento ao trabalho de controle de infecções, a equipe multidisciplinar da UTI recebeu um certificado de honra ao mérito do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HSJ. Evelyne Girão, coordenadora do SCIH, destacou que as infecções urinárias são responsáveis por 35% a 45% das infecções relacionadas à assistência à saúde em pacientes adultos hospitalizados.

“A UTI tem grande potencial preventivo, sendo que a maioria das infecções urinárias está associada ao uso do cateter vesical de demora. Entre 16% e 25% dos pacientes hospitalizados serão submetidos a esse tipo de cateterismo, correndo o risco de desenvolver infecções urinárias”, apontou Girão.