Demolição do Edifício São Pedro tem início na Praia de Iracema

Os serviços da Prefeitura de Fortaleza vão durar até 90 dias devido às condições estruturais delicadas da edificação.

Da Redação
05/03/24 • 10h37

O processo de demolição se dá pelo desmonte do prédio. Nesta terça-feira (05/03), a Seinf iniciou o escoramento da estrutura (Foto: Prefeitura de Fortaleza/ Marcos Moura)

A Prefeitura de Fortaleza deu início à demolição do Edifício São Pedro, situado na Praia de Iracema, nesta terça-feira (05/03), após estudos técnicos indicarem que o prédio não poderia ser recuperado e apresentava riscos iminentes de colapso. A decisão veio após o Governo do Estado do Ceará retirar o imóvel da lista de interesse público. A Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) é a responsável pela execução do projeto.

O prazo estimado para a conclusão da demolição é de até 90 dias, período no qual, segundo a Seinf, não haverá interrupções significativas no fluxo de pedestres e veículos nas proximidades. Os custos associados ao processo serão cobrados dos proprietários do edifício e do terreno, conforme informado pela administração municipal.

“É importante lembrar que esse imóvel é particular, ele tem dono. Os donos dessa edificação é que são os responsáveis legais pela manutenção do prédio, não o poder público, e o restauro que não foi feito ao longo dos anos resultou nessa situação de risco de colapso iminente. Nós entendemos a importância do prédio para a cidade, mas agora é muito mais importante a segurança e evitar a morte de pessoas. Há o risco não só de desabamento, mas de desplacamento parcial do concreto do prédio, como já aconteceu algumas vezes. Além disso, já aconteceram acidentes fatais aqui no edifício”, afirmou o titular da Seinf, Samuel Dias.

Margareth de Paula, chefe do Núcleo de Ações Preventivas da Defesa Civil, corroborou com o titular da Seinf e destacou que, além da inviabilidade técnica e econômica de recuperação do imóvel, a Prefeitura já realizava o monitoramento da situação predial desde o início da atual gestão. “A Defesa Civil acompanha este prédio há muito tempo e, desde o início da gestão, estamos buscando evitar desastres aqui. Existem vários laudos que constatam o comprometimento estrutural do edifício. Na última vistoria realizada por nós, no fim do ano passado, constatamos mais uma vez que a recuperação não era possível: as ferragens já estão todas esfarelando, tem rachaduras de grande proporção, enraizamento de árvores e infiltração intensa em toda área construída”.

Para a demolição, será utilizado um método de desmonte controlado. Inicialmente, foi feito o escoramento da estrutura até o quarto andar para garantir a segurança durante o acesso. A partir daí, guindastes e gruas serão empregados para desmontar o prédio começando pelo topo, procedendo de maneira segura até a base. Todo o material resultante será temporariamente armazenado em um terreno adjacente, antes de ser enviado a usinas de reciclagem, evidenciando a preocupação com a sustentabilidade do processo.

Antes da demolição, ocorreu a evacuação do prédio na última sexta-feira (01/03), envolvendo 16 pessoas que ocupavam o local irregularmente, incluindo dois casais e 12 indivíduos isolados. Equipes de assistência social prestaram o suporte necessário, realizando os atendimentos necessários para solicitação de documentos e cadastro para Aluguel Social.