Caixa aumenta valor de entrada para financiamentos imobiliários a partir de novembro

Mutuários terão que pagar mais para financiar imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Da Redação
16/10/24 • 11h00

As alterações foram motivadas pelo aumento de saques na caderneta de poupança e pelas restrições às Letras de Crédito Imobiliário. (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

A partir de 1º de novembro, os mutuários que optarem por financiar imóveis pela Caixa Econômica Federal enfrentarão restrições mais rigorosas. O banco anunciou que aumentará o valor de entrada e reduzirá o percentual financiado do imóvel, impactando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança.

Para aqueles que escolherem o sistema de amortização constante (SAC), a entrada passará de 20% para 30% do valor do imóvel. Já no sistema Price, onde as parcelas são fixas, o valor subirá de 30% para 50%. Além disso, a Caixa limitará a concessão de crédito a mutuários que não tenham outro financiamento habitacional ativo com o banco.

Outra mudança é o valor máximo de avaliação dos imóveis financiados pelo SBPE, que será fixado em R$ 1,5 milhão, independentemente da modalidade escolhida. Até então, apenas o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) possuía esse limite, mas as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não tinham teto de avaliação.

As novas regras serão aplicadas apenas a futuros financiamentos e não afetarão unidades habitacionais de empreendimentos já financiados pela Caixa, onde as condições atuais continuam valendo. O banco, que detém 70% do financiamento imobiliário do país e 48,3% das contratações via SBPE, justificou as mudanças pela necessidade de adequar o orçamento de 2024, após ter concedido R$ 175 bilhões em crédito habitacional até setembro.

A instituição explicou que as alterações foram motivadas pelo aumento de saques na caderneta de poupança e pelas restrições às Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que pressionaram a concessão de crédito. Em setembro, a poupança registrou saques líquidos de R$ 7,1 bilhões, agravando o cenário. A Caixa ainda estuda medidas para buscar novas soluções no mercado de crédito imobiliário em 2025.