
Inflação avança em setembro, com impacto maior para famílias de renda mais baixa
A alta inflacionária foi sentida por todas as faixas de renda, mas afetou de forma mais acentuada os domicílios de baixa renda.
Da Redação
16/10/24 • 10h50

A inflação apresentou avanço no mês de setembro para todas as faixas de renda, sendo mais significativa para as famílias de renda mais baixa, conforme aponta o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para os domicílios com renda muito baixa, a taxa de inflação saltou de -0,19% em agosto para 0,58% em setembro. Já para as famílias de renda mais alta, o índice subiu de 0,13% para 0,33% no mesmo período.
No acumulado do ano, a inflação também foi mais elevada para as famílias de renda baixa (3,43%), enquanto as de renda alta apresentaram a menor taxa (2,92%). Nos últimos 12 meses, as famílias de renda média baixa registraram a menor taxa inflacionária (4,28%), enquanto as de renda alta enfrentaram a maior taxa (4,72%).
O aumento dos preços foi influenciado principalmente pelos grupos de alimentos, bebidas e habitação, que impactaram mais intensamente as famílias de menor renda, com altas nos preços de alimentos e tarifas de energia elétrica. Para as famílias de renda alta, o aumento foi moderado, apesar das pressões das passagens aéreas, devido à menor contribuição dos alimentos e da energia.
Fatores climáticos adversos, como a seca que elevou os preços das carnes (3%) e das frutas (2,8%), foram determinantes para a inflação de setembro, além do reajuste de 5,4% nas tarifas de energia elétrica. Mesmo com a alta generalizada, a inflação foi atenuada pela queda nos preços dos serviços de lazer e recreação, como ingressos de cinema e teatro, que registraram deflação de 8%.
Comparado a setembro de 2023, houve aceleração da inflação para as faixas de renda mais baixas, enquanto as de renda média alta e alta tiveram uma inflação menor em 2024. As altas nos preços de alimentos e energia elétrica em 2024 contrastam com as deflações observadas no ano anterior, acentuando o impacto sobre as classes de renda menor.