
Intervenção “Clínica de Reabilitação para Homofóbicos” promove reflexão sobre opressões
Artistas Eduardo Bruno e Waldírio Castro realizam performances em Fortaleza durante outubro.
Da Redação
10/10/24 • 09h25

No mês de outubro, os artistas e pesquisadores Eduardo Bruno e Waldírio Castro apresentam a intervenção urbana Clínica de Reabilitação para Homofóbicos, que busca provocar reflexão sobre a homofobia e outras formas de opressão social. Focada inicialmente na homofobia, por ser uma vivência direta dos artistas, a performance também inspira outras dissidências de gênero, sexualidade e corporalidade a desenvolverem suas próprias “clínicas” para tratar transfobia, racismo, capacitismo e xenofobia.
A intervenção já foi realizada no Festival Sindicato da Performance no Crato (CE) e em Fortaleza, na Mostra Verbo (Pinacoteca do Ceará) e no Centro Dragão do Mar. Agora, retorna à cidade a partir desta quinta-feira (10), das 10h às 11h, na Praça de Messejana.
Durante a performance, os artistas vestem uniformes da “Clínica” e distribuem panfletos com a mensagem: “Se você tem se sentido homofóbico, nós temos a solução”, junto com um número de telefone e WhatsApp. Em um momento da ação, eles estendem uma faixa de dois metros em uma faixa de pedestres com o slogan: “Homofobia tem cura e você pode se tratar conosco”, incentivando o público a interagir via WhatsApp em horário comercial, simulando um Call Center performático.
A circulação da Clínica também contará com a exibição de 8 busdoors em diferentes linhas de ônibus de Fortaleza durante um mês. Para oferecer suporte via WhatsApp, um psicólogo especializado em gênero e sexualidade estará disponível, garantindo um atendimento qualificado, conforme destaca Eduardo Bruno.
A última etapa do projeto, realizado pela Plataforma Imaginários com apoio da Secretaria de Cultura de Fortaleza através da Lei Paulo Gustavo, será o lançamento de um foto-livro com 200 exemplares. O livro incluirá registros das quatro performances realizadas em diferentes locais de Fortaleza, além de imagens dos busdoors e relatos dos performers Eduardo Bruno e Waldírio Castro.
“Subvertendo a lógica histórica de patologização, o trabalho propõe que não a homossexualidade, mas sim a homofobia é a verdadeira doença que precisa ser tratada. Ao provocar o imaginário sobre a patologização da homofobia, a obra denuncia a violência e o sofrimento gerados contra corpos LGBTQIAPN+, inserindo-se como uma produção artivista de resistência ao conservadorismo e à violência social”, explica Waldírio Castro.
Serviço:
Clínica de Reabilitação para Homofóbicos
Performances em Fortaleza:
•10/10 – Praça da Messejana (10h às 11h)
•17/10 – Feira do Álvaro Weyne (10h às 11h)
•21/10 – Praça das Artes – Maraponga (18h às 19h)
•31/10 – Beira-Mar – Praia de Iracema (18h às 19h)
Entrada: Gratuita