
Em Brasília, Elmano assina parceria de US$ 5 bilhões para hidrogênio verde
Primeira fase do projeto bilionário é aprovada, consolidando o Estado como um polo de vanguarda da transição energética no Brasil.
Da Redação
10/10/24 • 00h20

Nesta quarta-feira (9), o governador do Ceará, Elmano de Freitas, assinou em Brasília, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, a resolução que aprova a primeira fase do projeto industrial de hidrogênio verde (H2V) da Fortescue. O projeto será instalado em uma área de 121 hectares no Setor 2 da ZPE Ceará, com investimento total de até US$ 5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões). A aprovação ocorreu após deliberação do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE).
O Ceará tem se destacado na transição energética, sendo um dos estados mais avançados no tema. A companhia, que lidera a iniciativa no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), é a primeira empresa a assinar um pré-contrato para a instalação de uma planta de hidrogênio verde na região. O projeto visa produzir cerca de 500 toneladas de H2V por dia, utilizando 1,2 gigawatts de energia renovável. A previsão é de que até 5 mil empregos sejam gerados durante a fase de implantação.
O governador Elmano de Freitas destacou o papel do Ceará na transição energética do Brasil. “Essa aprovação nos permite sonhar com um Ceará como grande polo de produção de H2V. Já temos um investimento inicial de R$ 100 milhões da Fortescue em terraplanagem para a construção da usina”, afirmou. Ele também enfatizou a segurança jurídica proporcionada pela regulamentação do Conselho das ZPEs e pelo licenciamento ambiental da área.
A ZPE do Pecém, onde o projeto será instalado, tem sido um motor para atrair investimentos no setor de energia limpa. Desde sua criação, 39 memorandos de entendimento sobre hidrogênio verde foram assinados com diversas empresas, além de seis pré-contratos. O vice-presidente Geraldo Alckmin celebrou o avanço: “A aprovação deste projeto torna o Ceará uma referência em energia renovável e desenvolvimento, fortalecendo a economia de baixo carbono”, disse Alckmin.
Importância estratégica
A instalação da planta de hidrogênio verde da Fortescue no Ceará é vista como um marco para a economia do estado e para a indústria brasileira. O presidente da ZPE Ceará, Fábio Feijó, ressaltou que o projeto é um indicativo de que o Hub de H2V do Estado tem potencial para se tornar um líder global na produção de hidrogênio verde. “A ZPE oferece incentivos e segurança jurídica por até 20 anos, além de procedimentos burocráticos simplificados”, explicou Feijó.
A empresa, que considera o Projeto Pecém uma prioridade global, já iniciou a terraplanagem e está na fase de viabilidade do empreendimento. O Estudo de Impacto Ambiental foi aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente em agosto de 2023, consolidando o projeto como a primeira planta de H2V autorizada no estado.
Luis Viga, country manager da companhia no Brasil, destacou a relevância dos regimes de ZPE para o sucesso da iniciativa: “O Brasil tem potencial para liderar a transição para a economia de baixo carbono, e o hidrogênio verde é peça fundamental nesse processo”. A empresa australiana aposta no apoio da ZPE como um diferencial estratégico para consolidar o projeto em solo brasileiro.
Com o início da construção da planta e o apoio institucional garantido, o Ceará avança em sua meta de se posicionar como um dos maiores polos de produção de hidrogênio verde no mundo, atraindo investimentos e impulsionando a economia sustentável. A previsão é de que a Fortescue inicie a operação em larga escala até 2025, consolidando o estado como referência em energias renováveis.