
Indústria brasileira cresce 0,1% em agosto, com destaque para setor extrativo
Resultado marca leve recuperação após queda em julho, mas alerta para queda na indústria de transformação.
Da Redação
03/10/24 • 11h40

A produção industrial brasileira registrou uma leve alta de 0,1% em agosto, comparado ao mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (2). O setor foi impulsionado principalmente pela indústria extrativa, que inclui as atividades de petróleo, gás natural e mineração, que cresceram 1,1%. Esse resultado interrompe a queda de 1,4% observada em julho e mantém um crescimento acumulado de 3% ao longo de 2024. Nos últimos 12 meses, o setor acumula alta de 2,4%.
Com os números apresentados, a produção industrial do Brasil se encontra 1,5% acima do patamar pré-pandemia, alcançado em fevereiro de 2020, mas ainda está 15,4% abaixo do nível mais alto já registrado, em maio de 2011. O avanço modesto de agosto, no entanto, esconde um panorama misto, com 18 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentando recuo no período.
O índice de difusão, que mede a porcentagem de produtos com crescimento entre os 789 itens avaliados, ficou em 56,7%, sinalizando uma recuperação moderada, segundo o gerente da pesquisa, André Macedo. Ele destacou que, ao longo de três meses, o saldo da produção industrial é positivo, com alta de 4,4% em junho, e o índice de média móvel trimestral segue uma trajetória ascendente desde meados de 2023.
Por outro lado, Macedo levantou um sinal de alerta em relação à indústria de transformação, que recuou 0,3% em agosto, acumulando queda de 1,7% nos últimos dois meses. Esse segmento, responsável por transformar matérias-primas em produtos finais ou intermediários, registrou quedas predominantes em suas atividades, o que gera preocupação sobre a recuperação do setor.
Entre as principais influências positivas além do setor extrativo, destacam-se os produtos farmoquímicos e farmacêuticos (alta de 3,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (alta de 4%) e produtos químicos (alta de 0,7%). No entanto, a queda de 4,3% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, assim como as fortes retrações no segmento de produtos diversos (-16,7%) e impressão e reprodução de gravações (-25,1%), exerceram pressão negativa sobre o resultado global.
Apesar da queda na produção de veículos em agosto, Macedo ressaltou que esse movimento parece ser uma característica momentânea, sem indicar uma reversão da tendência positiva observada nos últimos meses para essa atividade.