
Arrecadação federal bate recorde em agosto e cresce 11,95% em relação a 2023
Receitas de tributos sobre capital e vendas impulsionam alta, mas governo enfrenta desafios para cumprir meta fiscal de 2024.
Da Redação
20/09/24 • 11h20

A arrecadação federal em agosto de 2024 atingiu R$ 201,6 bilhões, registrando uma alta de 11,95% acima da inflação em comparação ao mesmo mês de 2023. Segundo a Receita Federal, esse é o maior valor arrecadado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. Entre janeiro e agosto, o total arrecadado chegou a R$ 1,7 trilhão, um crescimento de 9,47% sobre o mesmo período do ano passado, também um recorde.
O aumento da arrecadação é atribuído a fatores como o crescimento real de 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital), resultado da tributação de fundos exclusivos, e o crescimento de 19,34% no PIS/Cofins, impulsionado pelo aumento das vendas. O Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) também registrou alta de 17,99%, refletindo a nova Lei das Offshores, que exigiu atualização de bens e direitos no exterior.
Além disso, a alta é sustentada pelo desempenho macroeconômico do país, com o PIB crescendo 1,4% no segundo trimestre de 2024, levando a uma revisão da previsão de crescimento do PIB para 3,2% no ano.
Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta dificuldades para atingir a meta fiscal de 2024, que prevê um déficit primário zero com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões. Para isso, seriam necessários R$ 168 bilhões extras até o final do ano. A equipe econômica ainda aguarda a nova estimativa de receitas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que será divulgada nesta sexta-feira (20), para ajudar a orientar a execução do Orçamento.
O relatório do Carf e o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas serão fundamentais para definir os próximos passos na tentativa de equilibrar as contas públicas e atingir as metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).