Empresário brasileiro processa imobiliária após venda de mansão a Jeff Bezos por valor reduzido

Leo Kryss, cofundador da Tectoy, acusa corretora de ocultar identidade do bilionário, levando à venda do imóvel por US$ 6 milhões abaixo do preço inicialmente pretendido.

Da Redação
12/09/24 • 05h00

Jeff Bezos possui múltiplas propriedades em Indian Creek Island, conhecido como “Billionaire Bunker”. (Foto: Reprodução)

O empresário brasileiro Leo Kryss, cofundador da fabricante de brinquedos e eletrônicos Tectoy, está processando a corretora imobiliária Douglas Elliman após descobrir que vendeu sua mansão por um valor reduzido a um dos homens mais ricos do mundo — Jeff Bezos. A propriedade, localizada em Miami, foi vendida por US$ 79 milhões (R$ 442,4 milhões), um montante inferior aos US$ 85 milhões (R$ 476 milhões) inicialmente desejados por Kryss.

De acordo com o processo, o empresário foi induzido a acreditar que o comprador não era Jeff Bezos, o que o levou a conceder um desconto de US$ 6 milhões (R$ 33,6 milhões). Kryss acusa a gestora imobiliária de ocultar a verdadeira identidade do comprador, o que, segundo ele, alterou a negociação de forma significativa.

O imóvel em questão, adquirido por Kryss em 2014 por US$ 28 milhões (R$ 156,8 milhões), conta com uma série de luxos, como uma adega, cinema, piscina e livraria. A mansão foi colocada à venda em maio de 2023. Pouco antes de receber a oferta de US$ 79 milhões, Bezos havia comprado a casa vizinha por US$ 68 milhões (R$ 360,8 milhões), levantando suspeitas sobre o possível envolvimento do bilionário.

Segundo o documento do tribunal de Miami-Dade, Jay Parker, CEO da Douglas Elliman, garantiu que Bezos não era o comprador e que nenhum outro interessado pagaria o valor pedido por Kryss. Somente após a venda, o empresário descobriu que o imóvel havia sido adquirido por uma entidade ligada ao dono da Amazon.

Agora, Kryss busca o ressarcimento do desconto concedido, alegando ter sido enganado pela corretora. A prática de ocultar a identidade de compradores famosos é comum no setor imobiliário para evitar a inflação dos preços, mas o empresário afirma que, nesse caso, a falta de transparência o prejudicou financeiramente.