Falecimento de Juan Izquierdo ressalta os perigos das arritmias cardíacas e suas consequências

Tragédia envolvendo o jogador do Nacional do Uruguai evidencia a importância do diagnóstico e tratamento adequados.

Da Redação
28/08/24 • 18h20

Juan faleceu na última terça-feira (28). (Foto: Instagram/Nacional)

O futebol uruguaio está de luto após a morte do zagueiro Juan Izquierdo, do Nacional, ocorrida após uma arritmia cardíaca durante uma partida contra o São Paulo em (22) de agosto. Apesar dos esforços médicos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Izquierdo não resistiu às complicações da condição, que também afetaram seu cérebro. Este triste episódio destaca a necessidade de maior atenção aos riscos associados às arritmias cardíacas.

Arritmia cardíaca é um distúrbio no qual o ritmo dos batimentos cardíacos se torna irregular, podendo ser acelerado (taquicardia) ou mais lento (bradicardia) do que o normal. Essa irregularidade pode ser causada por diversos fatores, como doenças cardíacas preexistentes, problemas nas válvulas cardíacas, uso de certos medicamentos, além de estresse e ansiedade. A fibrilação atrial (FA), a arritmia mais comum, pode levar a complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, se não for tratada adequadamente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), essa condição pode afetar uma em cada quatro pessoas ao longo da vida e está associada a cerca de 300 mil mortes súbitas por ano no Brasil.

Arritmias severas, como a parada cardíaca, podem interromper o fluxo de sangue para o cérebro, privando-o de oxigênio e causando a morte de células cerebrais. Esse processo pode resultar em edema cerebral, que aumenta a pressão intracraniana, comprometendo funções vitais. Saulo Teixeira, neurocirurgião do Instituto de Educação Médica (IDOMED), explica que a parada cardíaca pode provocar uma lesão cerebral generalizada devido à interrupção do fluxo sanguíneo, causando um inchaço cerebral que dificulta o tratamento.

A morte de Izquierdo destaca a importância de detectar precocemente condições cardíacas, especialmente em atletas que estão sob maior risco de arritmias devido ao intenso esforço físico. Exames como eletrocardiograma (ECG) e Holter são essenciais para identificar essas condições, embora não garantam a detecção de todos os casos.

A resposta rápida em casos de parada cardiorrespiratória é fundamental. Segundo o Dr. Saulo Teixeira, cada minuto sem reanimação reduz em cerca de 10% as chances de sobrevivência. O uso de desfibriladores automáticos externos (DEA) pode ser crucial para restaurar o ritmo cardíaco e minimizar os danos cerebrais.