
Déficit das contas externas do Brasil atinge maior nível desde 2019, revela Banco Central
Aumento das importações de serviços e queda no superávit da balança comercial impulsionam déficit de US$ 25,552 bilhões nos sete primeiros meses de 2024.
Da Redação
27/08/24 • 12h14

O déficit das contas externas brasileiras alcançou US$ 25,552 bilhões de janeiro a julho de 2024, o maior valor para o período desde 2019, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central. O resultado mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de US$ 12,54 bilhões.
As contas externas, que medem a vulnerabilidade do país frente a crises internacionais, são compostas pelo saldo da balança comercial, da balança de serviços, da renda primária e das transferências pessoais de brasileiros no exterior. O aumento das importações de serviços foi o principal fator que contribuiu para o crescimento do déficit, levando a balança de serviços a fechar o período com um déficit de US$ 28,937 bilhões, um aumento significativo em relação aos US$ 22,159 bilhões do mesmo período de 2023.
Além disso, o superávit da balança comercial, que vinha crescendo até 2023, recuou em 2024. Nos primeiros sete meses deste ano, o país registrou um superávit de US$ 44,696 bilhões, abaixo dos US$ 49,789 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
O Banco Central atribui o aumento do déficit ao crescimento econômico do país, que eleva a demanda por importações de produtos e serviços. O impacto das despesas de turistas brasileiros no exterior também foi destacado, com gastos de US$ 8,403 bilhões nos sete primeiros meses do ano, pouco abaixo dos US$ 8,465 bilhões do ano anterior, mesmo com a alta do dólar.
Apesar do déficit nas contas externas, o saldo negativo foi parcialmente compensado pelos investimentos estrangeiros diretos, que somaram US$ 45,065 bilhões entre janeiro e julho de 2024, um aumento de 20,15% em relação ao mesmo período de 2023. Em julho, esses investimentos totalizaram US$ 7,258 bilhões, demonstrando estabilidade em relação ao ano anterior.