
Antônio Delfim Netto, ex-ministro e economista, morre aos 96 anos
Economista foi figura influente durante a ditadura militar, tendo votado a favor do AI-5 em 1968.
Da Redação
12/08/24 • 09h00

O economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto faleceu nesta segunda-feira (12), aos 96 anos, em São Paulo. Internado desde o último dia 5 no Hospital Israelita Albert Einstein devido a complicações de saúde, Delfim Netto deixa uma filha e um neto. De acordo com sua assessoria, não haverá velório aberto ao público, e o enterro será restrito à família.
Delfim Netto, descendente de imigrantes italianos, nasceu em São Paulo, em maio de 1928. Formou-se economista em 1951 pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fez carreira acadêmica, tornando-se professor titular de Análise Macroeconômica em 1958 e, posteriormente, recebendo o título de professor emérito pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP).
Sua trajetória na vida pública começou em 1965, como membro do Conselho Consultivo de Planejamento (Consplan) do governo Castelo Branco. Em 1966, assumiu o cargo de secretário de Fazenda do estado de São Paulo. Um dos episódios mais marcantes de sua carreira foi sua assinatura no Ato Institucional número 5 (AI-5), em dezembro de 1968, um decreto que suspendeu direitos e garantias individuais durante o regime militar.
Delfim Netto foi ministro da Fazenda de 1967 a 1974, durante os governos Costa e Silva e Médici, período conhecido como “milagre econômico”, devido ao rápido crescimento da economia brasileira. Após deixar o ministério, serviu como embaixador do Brasil na França (1974-1978) e, em 1979, integrou o Conselho Monetário Nacional e comandou o Banco Central no governo Figueiredo.
Na vida política, Delfim Netto foi deputado federal constituinte de 1987 a 1991 pelo Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena, e foi reeleito cinco vezes consecutivas, representando o estado de São Paulo na Câmara dos Deputados até 2007.