
Alertas de desmatamento caem 45,7% na Amazônia, mas aumentam no Cerrado
Inpe registra menor índice de desmatamento na Amazônia desde 2016, enquanto Cerrado apresenta aumento de 9%.
Da Redação
08/08/24 • 16h05

Os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 45,7% entre agosto de 2023 e julho de 2024, registrando 4.314,76 km² desmatados, o menor índice desde o início da série histórica em 2016. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) por meio do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter). No mesmo período, os alertas de desmatamento no Cerrado aumentaram 9%, totalizando 7.015 km² desmatados.
O Deter monitora a tendência da taxa anual de desmatamento, medida de agosto a julho pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
A queda no desmatamento na Amazônia foi destacada durante uma coletiva de imprensa dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou que todos os eixos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) estão funcionando, especialmente o ordenamento territorial e fundiário. “O objetivo é chegar ao desmatamento zero. E esse eixo de ordenamento é fundamental”, observou.
Apesar da redução anual, julho de 2024 registrou um aumento de 33% nos alertas de desmatamento em relação a julho de 2023. João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA, explicou que o desmatamento tende a ser maior em julho, mas os dados gerais ainda indicam uma mudança positiva. “Mostramos que conseguimos modificar o cenário de evolução do desmatamento”, afirmou.
O Cerrado registrou um aumento contínuo nos alertas de desmatamento desde o período 2019/2020. Segundo o Observatório do Clima, a destruição ambiental no Cerrado pode estar ligada à produção agropecuária, com menos controle do governo federal e maior facilidade para obtenção de licenças de desmatamento.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que os dados refletem o sucesso das políticas públicas de enfrentamento às irregularidades ambientais. “Estamos aprimorando nosso monitoramento e produzindo informações para cumprir as metas e acordos internacionais aos quais o Brasil é signatário”, disse.
Os representantes do governo ressaltaram que os resultados na Amazônia ocorrem após o lançamento do novo PPCDAm em junho de 2023. O plano inclui medidas como monitoramento, controle ambiental e ordenamento territorial para alcançar o desmatamento zero.