Brasil e Chile assinam acordo de cooperação espacial para fins pacíficos

Iniciativa visa o intercâmbio de informações em ciência, tecnologia e inovação.

Da Redação
06/08/24 • 16h03

Presidentesse encontraram em Santiago. (Foto: Ricardo Stuckert)

Um acordo de cooperação espacial para fins pacíficos, que inclui o intercâmbio de informações em ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas no setor, foi assinado por Brasil e Chile nesta terça-feira (6). A assinatura ocorreu durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional, em Santiago, com a presença dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric.

Durante o evento, Lula destacou a importância estratégica do setor espacial para o desenvolvimento dos países e mencionou a desigualdade presente nesta área. Ele criticou a prática comum nos países desenvolvidos de “correr ao topo” e “chutar a escada” para impedir que outros países alcancem o mesmo nível de desenvolvimento. Lula afirmou que a cooperação entre os países do Hemisfério Sul tem o potencial de reverter essa desvantagem e ressaltou a necessidade de políticas públicas sólidas para garantir que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam compartilhados por todos.

“A cooperação entre os países do [Hemisfério] Sul tem potencial para reverter essa desvantagem. Juntos poderemos multiplicar a capacidade de erguer a nossa própria escada. Mas, para que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam compartilhados por todos, é imprescindível que sejam fomentados em um marco sólido de políticas públicas. Os devaneios de milionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra não substitui a ação e a orientação do Estado”, declarou o presidente brasileiro.

Lula também enfatizou a importância da infraestrutura espacial para várias atividades essenciais, como comunicações, geração de energia, navegação e combate às mudanças climáticas. Ele criticou a desigualdade entre os países no setor espacial, mencionando restrições de exportação de componentes tecnológicos e limitações financeiras que impactam desproporcionalmente os países do Sul Global.

Além disso, Lula destacou a retomada dos investimentos na indústria espacial brasileira, mencionando um investimento de R$ 300 milhões para fortalecer a indústria espacial e gerar empregos e renda. Ele ressaltou a expertise do Brasil na área de satélites e coleta de dados, que será compartilhada com o Chile. “Agora, retomamos um investimento por meio de encomenda tecnológica no valor de R$ 300 milhões. Vamos fortalecer a indústria espacial e gerar os empregos e a renda necessária”, disse.

O Centro Espacial Nacional do Chile será construído no Parque Bicentenário de Cerrillos, na região metropolitana de Santiago, e fará parte do Sistema Nacional de Satélites. O empreendimento contará com um laboratório especializado na fabricação de satélites e cargas úteis, um centro de empreendedorismo e inovação espacial, um centro de controle de missão espacial e um centro de processamento e análise de dados geoespaciais.