
Intenção de consumo das famílias cai 0,2% em julho
Este é o primeiro resultado negativo desde abril. O índice evoluiu 2,3% em 12 meses.

O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado nesta quinta-feira (18) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou uma queda de 0,2% em julho, considerando os efeitos sazonais. A piora no mercado de trabalho atual e a previsão de continuidade dessa situação nos próximos meses foram os fatores determinantes para essa redução.
Esse é o primeiro resultado negativo desde abril, quando o ICF apresentava crescimento até junho. Em termos anuais, também houve uma retração na intenção de consumo. Embora o índice tenha evoluído 2,3% em 12 meses, esse foi o menor crescimento desde junho de 2021. Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a desaceleração do otimismo reflete uma menor confiança no mercado de trabalho, que vinha sendo o principal motor do crescimento do ICF.
O ICF é calculado com base em sete indicadores: emprego atual, renda atual, perspectiva profissional, perspectiva de consumo, nível de consumo atual, acesso a crédito e momento para duráveis. Tavares destacou que tanto a perspectiva profissional quanto o emprego atual são fortemente influenciados pela economia. A visão futura teve a pior variação anual, com uma queda de 7,6%, indicando maior preocupação dos consumidores sobre o futuro do emprego e do mercado de trabalho.
Os dados do ICF de julho mostraram que a intenção de consumo caiu em ambos os gêneros, com maior intensidade entre as mulheres (-0,8%) do que entre os homens (-0,5%). Tavares ressaltou que muitas mulheres são líderes de lar e enfrentam um mercado de trabalho mais desafiador, o que impacta mais negativamente sua confiança de consumo. A percepção de acesso a crédito também caiu, com o indicador abaixo de 100, sinalizando pessimismo entre os consumidores.
Além disso, o relatório do ICF trouxe um destaque especial sobre a intenção de consumo no Rio Grande do Sul, afetado por uma tragédia climática. A confiança em consumo no estado foi severamente impactada, com todos os indicadores mostrando quedas significativas tanto na variação mensal quanto anual. A tragédia afetou profundamente o psicológico dos consumidores e a perspectiva profissional, com uma queda de 8,4%, refletindo a gravidade da situação.