Fazenda aumenta para 3,9% estimativa de inflação em 2024

Valor anterior estava cotado para 3,7%. Previsão oficial de crescimento do PIB foi mantida em 2,5%

Da Redação
19/07/24 • 10h20
A previsão do IPCA continua dentro da meta do Governo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou a estimativa de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023, de 3,7% para 3,9%. A previsão consta do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (18). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção de crescimento para 2024 foi mantida em 2,5%.

A previsão para o IPCA está dentro da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%. Para 2025, a estimativa avançou de 3,2% para 3,3%. Segundo a SPE, os impactos da alta do dólar, as enchentes no Rio Grande do Sul, e os aumentos recentes na gasolina e no gás de cozinha contribuíram para o aumento das estimativas de inflação.

A projeção de crescimento do PIB foi mantida devido ao vigor das vendas no varejo e à demanda crescente por serviços. A SPE atribui o aquecimento da demanda à criação de empregos, ao aumento da massa de rendimentos e à queda de juros no primeiro semestre, que reduziram as restrições de crédito. O documento prevê um crescimento de 0,6% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior. Para 2025, a estimativa de expansão foi reduzida de 2,8% para 2,6% devido à menor redução da Taxa Selic.

Apesar de manter a previsão de crescimento da economia em 2,5%, a SPE ajustou as estimativas para os setores produtivos. Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB caiu de -1,4% para -2,5%, refletindo a redução nas estimativas para a safra de soja, milho e trigo em 2024, além dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Para a indústria, a expectativa de crescimento subiu de 2,4% para 2,6%, devido ao crescimento da indústria de transformação e construção. A projeção para os serviços também aumentou de 2,7% para 2,8%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar o ano com uma variação de 3,65%, um pouco mais alta que os 3,5% divulgados anteriormente. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, passou de 3,5% para 3,6% este ano, refletindo as variações do dólar.

Os dados do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado no próximo dia 22. Publicado a cada dois meses, o relatório traz previsões para a execução do Orçamento com base no desempenho das receitas e da previsão de gastos do governo, com o PIB e a inflação entrando em alguns cálculos. O governo pode bloquear alguns gastos não obrigatórios com base no cumprimento da meta de déficit primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal.