Uece terá pesquisa sobre uso de canabidiol em pessoas com autismo financiada pelo CNPq

Estudo será conduzido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

Da Redação
09/07/24 • 18h30

Na foto, os pesquisadores da Uece responsáveis pela pesquisa, professores Valter Filho, Cidianna Nascimento, Gislei Frota, Carla Brandão e Paulo Sávio Magalhães.
(Foto: UECE)

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) teve um projeto de pesquisa aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para financiamento. O estudo, que será conduzido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, visa mapear as evidências sobre a eficácia, tolerabilidade e efetividade do Canabidiol (CBD) no tratamento de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Este projeto é relevante devido ao aumento de diagnósticos de TEA globalmente e à crescente demanda por tratamentos alternativos. O estudo proporcionará uma análise abrangente e baseada em evidências sobre a segurança e eficácia do CBD, essencial para pais, cuidadores e profissionais de saúde, especialmente com a flexibilização das políticas de acesso a essa substância em várias regiões.

Segundo o coordenador da pesquisa, professor Gislei Frota, do Instituto de Ciências Biomédicas da Uece (ISCB), a metodologia adotada será uma revisão sistemática com metanálise. Isso envolve a seleção criteriosa de estudos globais relevantes e a avaliação dos melhores resultados clínicos disponíveis.

O desenvolvimento do projeto já começou, com resultados esperados para dezembro de 2024. A divulgação ocorrerá em duas fases: a primeira, de julho a dezembro de 2024, com palestras em escolas e postos de saúde no Ceará, conscientizando sobre o uso do CBD sem evidências científicas no TEA. A segunda fase, de janeiro a julho de 2025, divulgará os resultados da pesquisa.

“A Uece foi selecionada como a terceira melhor proposta do Brasil, sendo a única instituição a desenvolver essa pesquisa específica”, destaca Gislei Frota. Ele acrescenta que os resultados poderão orientar políticas públicas para o uso do CBD no tratamento do TEA através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os recursos do Ministério da Saúde serão utilizados em softwares, programas estatísticos, assistência técnica e consultorias. A equipe de pesquisa inclui Gislei Frota Aragão, Carla Barbosa Brandão, Valter Cordeiro Barbosa Filho, Paulo Sávio Fontenele Magalhães e Cidianna Emanuelly Melo do Nascimento, além da pesquisadora Kelly Rose Tavares Neves, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Paralelamente, está em andamento uma pesquisa sobre o perfil dos pacientes com TEA que utilizam o CBD sem evidências científicas, investigando como percebem o CBD, como o utilizam e onde o obtêm. Os resultados desta pesquisa serão divulgados junto com os da principal em dezembro de 2024.