
Incêndios podem ter comprometido 9% do Pantanal nos últimos cinco anos
No acumulado de 2024, a área queimada chegou a 712 mil hectares.
Da Redação
04/07/24 • 09h50

Os incêndios podem ter degradado cerca de 9% da vegetação nos últimos cinco anos, segundo estimativa da rede Mapbiomas. O levantamento indica que a área degradada no bioma entre 1986 e 2021 varia entre 800 mil hectares (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%). O estudo destaca que, apesar de o bioma conviver com o fogo, existem áreas sensíveis aos incêndios.
A iniciativa, que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no país, lança nesta sexta-feira (5) uma plataforma sobre a degradação das áreas florestais. Os dados, mapas e códigos produzidos serão disponibilizados gratuitamente. Áreas degradadas são regiões que não foram completamente desmatadas, mas que sofrem alterações significativas na composição biológica.
O mês de junho deste ano registrou a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul desde 2012, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, superando a média histórica de 8 mil hectares para junho. A área atingida também ultrapassou a média histórica de setembro, que é de 406 mil hectares.
No acumulado de 2024, a área queimada chegou a 712 mil hectares até esta terça-feira (2), correspondendo a 4,72% do bioma. A Polícia Federal está investigando a origem de alguns incêndios. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que 85% dos incêndios ocorrem em terras privadas.
Um quarto da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação. O levantamento da rede Mapbiomas revelou que entre 11% e 25% das matas do país foram expostas a processos destrutivos entre 1986 e 2021. Isso representa uma área de 60,3 milhões a 135 milhões de hectares.
A Mata Atlântica é o bioma mais degradado proporcionalmente, com 36% a 73% de sua vegetação exposta a processos de destruição, correspondendo a uma área entre 12 milhões e 24 milhões de hectares. Em termos absolutos, o Cerrado é o bioma mais degradado, com uma área que varia entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares (19,2% a 45,3% da vegetação restante).
A Amazônia tem a segunda maior área degradada, variando entre 19 milhões e 34 milhões de hectares, o que representa entre 5,4% e 9,8% do bioma.