Candidatos franceses abandonam eleição na tentativa de derrotar a extrema-direita

Mais de 180 postulantes confirmaram que não irão comparecer ao 2º turno no domingo.

Da Redação
03/07/24 • 23h05

O Reunião Nacional conseguiu vantagem no primeiro turno. (Foto: Dylan Martinez)

Na terça-feira (2), opositores do partido francês Reunião Nacional (RN) aumentaram seus esforços para impedir que o partido de extrema-direita chegasse ao poder, com mais candidatos anunciando que não participariam do segundo turno das eleições do próximo fim de semana, a fim de evitar a divisão do voto anti-RN.

De acordo com estimativas da mídia local, mais de 180 candidatos confirmaram que não participarão do segundo turno no domingo (7) para o Parlamento da França, que possui 577 assentos. Outros têm até as 18h (13h de Brasília) para fazer sua escolha.

Após o primeiro turno da votação no último domingo (30), o partido de Marine Le Pen saiu bem à frente, com a aposta do presidente Emmanuel Macron em uma eleição antecipada saindo pela culatra, deixando seu campo de centro em um modesto terceiro lugar, atrás de uma aliança de esquerda formada às pressas.

Mesmo antes das manobras das últimas 24 horas para criar uma “frente republicana” a fim de bloquear o partido eurocético e anti-imigração, não estava claro se o RN poderia conquistar os 289 assentos necessários para a maioria.

Pesquisas de opinião estimaram que o RN poderia obter entre 250 e 300 assentos no primeiro turno. No entanto, isso foi antes das desistências táticas e dos apelos de todos os partidos para que os eleitores apoiassem o candidato que estivesse em melhor posição para derrotar o rival local do RN.

“A partida ainda não terminou”, disse a prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, à France 2. “Precisamos mobilizar todas as nossas forças.”

O RN se opõe à maior integração da União Europeia (UE) e propõe cortar o financiamento do bloco. Grupos de direitos humanos manifestaram preocupações sobre como suas políticas de “França em primeiro lugar” e antimigrantes se aplicariam às minorias étnicas, enquanto os economistas questionam se seus planos de gastos pesados são totalmente financiados.

Os mercados financeiros subiram na segunda-feira, com o alívio de que a extrema-direita não teve um desempenho melhor.