
Extrema-direita vence o primeiro turno das eleições parlamentares na França, aponta boca de urna
Resultado final depende de negociações antes do segundo turno, que acontece na semana que vem.
Da Redação
30/06/24 • 18h45

O partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições parlamentares na França neste domingo (30), segundo pesquisas de boca de urna. No entanto, o resultado final ainda dependerá de negociações nos próximos dias antes do segundo turno na próxima semana.
De acordo com as pesquisas de boca de urna da Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe, o RN obteve cerca de 34% dos votos. Isso coloca o partido à frente de seus rivais de esquerda e centro, incluindo a aliança Juntos do presidente Emmanuel Macron, que obteve entre 20,5% e 23% dos votos. A Nova Frente Popular, uma coalizão de esquerda, foi projetada para ganhar cerca de 29% dos votos.
Embora as pesquisas de boca de urna estejam alinhadas com as pesquisas de opinião anteriores à eleição, ainda não está claro se o RN, que é anti-imigração e eurocético, será capaz de formar um governo para “coabitar” com o pró-União Europeia Macron após o segundo turno no próximo domingo.
O RN foi visto como favorito para ganhar a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, mas apenas o instituto de pesquisa Elabe previu que o partido conseguiria uma maioria absoluta de 289 assentos no segundo turno em 7 de julho. Especialistas alertam que as projeções de assentos após o primeiro turno podem ser imprecisas, especialmente nesta eleição.
A participação dos eleitores foi alta em comparação com eleições parlamentares anteriores, refletindo o fervor político gerado pela decisão de Macron de convocar uma votação parlamentar antecipada. Agora, uma semana de negociações políticas está por vir. Macron pediu aos eleitores que se unam em torno de candidatos “claramente republicanos e democráticos”, excluindo candidatos do RN e do partido de extrema-esquerda França Insubmissa.
O resultado final dependerá de como os partidos decidirem unir forças em cada um dos 577 distritos eleitorais da França para o segundo turno. Tradicionalmente, partidos de centro-direita e centro-esquerda se uniram para impedir o RN de chegar ao poder, mas essa dinâmica é mais incerta do que nunca nesta eleição.