Municípios buscam estabelecer uma entidade representativa dentro do Brics

Pedido deve ser oficializado nesta sexta-feira (21), durante encontro que acontecerá em Kazan, na Rússia.

Da Redação
18/06/24 • 11h00

Um dos objetivos é facilitar o acessos aos financiamentos do banco do Brics. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Municípios dos países membros do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão organizando esforços para formar uma associação representativa dentro do bloco. Uma das metas principais dessa nova entidade é facilitar o acesso a financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o banco do Brics. Esta iniciativa será formalizada em um documento que deve ser oficializado em 21 de junho, na cidade de Kazan, na Rússia, durante um encontro que contará com a presença de uma comissão de prefeitos da Associação Brasileira de Municípios (ABM).

Eduardo Tadeu Pereira, diretor executivo da ABM, destacou que o propósito da associação é promover a troca de experiências entre os municípios sobre soluções para problemas comuns e procurar financiamento de forma conjunta. Ele expressou a importância de os municípios terem acesso a novos mecanismos de financiamento internacional, em especial aqueles oferecidos pelo banco dos Brics. A declaração foi dada durante o primeiro encontro do Urban20 (U20), um grupo formado pelas cidades das principais economias do mundo, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo.

O NDB foi criado em dezembro de 2014 com o objetivo de aumentar o financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no Brics e em outras economias emergentes. Até o início de 2023, o banco já havia aprovado cerca de US$ 32 bilhões em projetos, dos quais aproximadamente US$ 4 bilhões foram investidos no Brasil, notadamente em projetos de rodovias e portos. Recentemente, o NDB alocou US$ 1,115 bilhão para projetos no Rio Grande do Sul, reforçando seu papel no apoio ao desenvolvimento regional.

Durante o mesmo evento, o coordenador-geral do Brasil no G20, Felipe Hees, destacou a escassez de financiamentos internacionais para projetos sociais, especialmente aqueles voltados ao combate à fome. Hees ressaltou que é crucial aumentar esses financiamentos, uma prioridade da presidência brasileira do G20. Ele sugeriu que uma estratégia eficaz seria assegurar que um percentual fixo dos fundos de organismos internacionais seja destinado a políticas sociais, propondo um modelo de financiamento mais orientado para impactos sociais diretos.