
Indústria recua 0,5% em abril, mas acumula alta de 3,5% em 2024
Em relação a abril de 2023, o aumento é de 8,4%.
Da Redação
06/06/24 • 13h10

A produção da indústria brasileira recuou 0,5% em abril na comparação com março, interrompendo dois meses de resultados positivos. Apesar da queda, o setor apresenta crescimento de 3,5% no ano e de 1,5% em 12 meses. Em relação a abril do ano passado, houve alta de 8,4%, influenciada pelo fato de abril de 2024 ter tido quatro dias úteis a mais que o mesmo mês do ano passado.
Com esses resultados, a indústria brasileira está 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação de abril com março de 2024, a produção industrial apresentou predominância de resultados positivos, apesar da queda de 0,5%. Três das quatro grandes categorias apuradas tiveram expansão, assim como 18 das 25 atividades pesquisadas. Entre os segmentos com recuo na produção estão o setor extrativo, que caiu 3,4% devido à menor produção de minério de ferro e petróleo, e o setor de alimentos, que recuou 0,6%.
André Macedo, gerente da pesquisa, explicou que os setores extrativo e de alimentos representam cerca de 30% da estrutura industrial. Ele destacou o comportamento positivo da indústria de transformação, que teve o quinto mês seguido de crescimento, com alta de 0,3% em abril e de 2,6% em sete meses, mantendo-se no mesmo nível pré-pandemia.
Um destaque em abril foi a indústria automobilística. Segundo o analista do IBGE, houve uma melhora na produção de automóveis, caminhões, autopeças e ônibus, impulsionada pelo mercado doméstico e o aumento de pessoas ocupadas e da massa de rendimentos. O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias expandiu 13,2% ante março. A redução da taxa de juros e queda da inadimplência também contribuíram para esse dinamismo, embora o setor ainda esteja abaixo do patamar pré-pandemia.
André Macedo avaliou que os resultados acumulados no primeiro quadrimestre de 2024 apontam uma expansão generalizada, explicada por cenários macroeconômicos como o nível de emprego e aumento da renda dos trabalhadores. Enquanto de janeiro a abril a indústria cresceu 3,5%, o último quadrimestre de 2023 registrou expansão de 1%.