Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, compra pode chegar a 1 milhão de toneladas de arroz empacotado.

Da Redação
08/05/24 • 10h15

Compra de arroz será, prioritariamente, para mercados nas regiões Norte e Nordeste. (Foto: Marcello Casal Jr)

Para evitar uma possível escalada no preço do arroz devido às enchentes no Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, explicou que as perdas na lavoura e a dificuldade logística podem resultar em desabastecimento e aumento nos preços.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, acrescentou o ministro.

Segundo Fávaro, a Conab planeja adquirir até 1 milhão de toneladas de arroz empacotado, com recursos viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário. O primeiro leilão será para 200 mil toneladas, importadas de países do Mercosul como Argentina, Uruguai e Paraguai. O restante será importado conforme a necessidade do mercado, podendo elevar a cota se necessário.

O ministro ressaltou que a Conab irá revender o arroz apenas para pequenos mercados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores brasileiros com os atacadistas. “A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, pontuou.

O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz por ano, mas o consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, levando o país a importar o grão todos os anos. Como mais de 70% da produção nacional de arroz é advinda do Rio Grande do Sul, a tragédia no estado deixa a situação ainda mais calamitosa.