Durante CPI, diretor-presidente da Enel pede desculpas aos cearenses

Durante seu depoimento, José Nunes de Almeida anunciou investimento de R$ 1,6 bilhão vindo da distribuidora de energia

Da Redação
25/04/24 • 09h15

Antes da sessão, o diretor-presidente da Enel conseguiu um habeas corpus preventivo. (Foto: Máximo Moura)

Na tarde desta quarta-feira (24), o diretor-presidente da Enel Distribuição Ceará, José Nunes de Almeida, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades e abusos por parte da empresa. Durante a oitiva, Almeida explicou que a concessionária está passando por uma reestruturação que inclui um investimento de R$ 1,6 bilhão nos próximos três anos.

Convocado como testemunha, Almeida compareceu à CPI amparado por um habeas corpus que garantia seu direito ao silêncio e de não autoincriminação. O presidente da comissão, deputado Fernando Santana (PT), manifestou incômodo pela ausência de outras autoridades ligadas à empresa, como a ex-presidente Márcia Sandra Roque, “causa muita estranheza ela não estar presente, porque 99% das centenas de milhares de queixas, reclamações e denúncias são no período em que a dona Márcia estava como presidente”, pontuou.

Questionado pelo presidente da CPI se temia ser preso, Almeida respondeu que seguia orientações jurídicas da empresa e se colocou à disposição para esclarecer as dúvidas dos parlamentares. O deputado Guilherme Landim (PDT), relator da CPI, apresentou dados sobre multas aplicadas à Enel nos últimos anos e questionou a postura da empresa diante dessas penalidades.

Almeida explicou que a reestruturação da Enel visa resgatar níveis de excelência no serviço prestado. Ele destacou medidas para melhorar o relacionamento com os clientes e aprimorar a área técnica. Em relação aos problemas durante feriados e datas movimentadas, como o réveillon, Almeida defendeu-se afirmando que outros locais com forte fluxo turístico não tiveram ocorrências, “nós tivemos cidades e locais onde teve milhares de pessoas, como Aracati, que não tiveram nenhuma ocorrência e que são locais turísticos, e nós fizemos um trabalho prévio com o município. E isso vai ser intensificado”.

O presidente da CPI expressou ceticismo em relação às promessas de melhoria da empresa e enfatizou a necessidade de um pedido de desculpas à população afetada. Almeida, por sua vez, se desculpou pelos transtornos causados e reiterou o compromisso da Enel em buscar a excelência no serviço.