Endividamento cresce em Fortaleza, atingindo 75,3% dos moradores

Gastos com saúde, alimentação e vestuário são principais causas, e controle do orçamento é desafio.

Da Redação
15/04/24 • 13h30

Pesquisa revela aumento e desafios financeiros na capital cearense. (Foto: Divulgação)

75,3% dos residentes da capital atualmente estão endividados. Estes são dados da Pesquisa Perfil do Endividamento do Consumidor em Fortaleza referentes a abril de 2024, realizado pela Fecomércio Ceará, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC). Isto representa um aumento de 2,2 pontos percentuais em relação ao mês anterior. No entanto, esse número permanece ligeiramente abaixo do indicador registrado no mesmo período do ano passado (75,7%).

O início do ano é marcado por despesas que impactam significativamente as finanças familiares, como gastos com educação e impostos anuais, resultando em pressão sobre os indicadores de endividamento. Em março, já se observava essa tendência, indicando a necessidade de cautela por parte dos consumidores.

O índice de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso aumentou, passando de 21,8% em março para 24,2% em abril. No entanto, esse indicador permanece abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (24,6%). O perfil do consumidor com contas em atraso mostra predominância do sexo masculino, idade acima dos 35 anos e renda familiar acima de dez salários-mínimos.

O comprometimento da renda em Fortaleza é significativo, com os consumidores destinando, em média, 45,6% da renda familiar para o pagamento de dívidas. Os principais instrumentos de crédito utilizados são cartões de crédito (80,5%), financiamentos bancários (18,8%), empréstimos pessoais (9,5%) e carnês/crediários (4,5%). O endividamento médio é de R$ 1.794 com prazo médio de nove meses para o seu vencimento total.

A pesquisa revela que os gastos correntes são os principais contribuintes para o endividamento, destacando-se aquisição de alimentos a prazo, despesas relacionadas à saúde, custos de aluguel residencial e compra de itens de vestuário.

Em abril, a taxa de inadimplência potencial aumentou, indicando que 11,9% dos consumidores enfrentarão dificuldades financeiras para cumprir suas obrigações. O perfil do consumidor em situação de inadimplência mostra equilíbrio nos sexos, porém com destaque para os grupos etários acima dos 35 anos e renda familiar mensal acima de dez salários-mínimos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, com destaque para a falta de orçamento e controle dos gastos, gastos imprevistos e compras por impulso como principais fatores contribuintes para essa problemática.

Apesar dos desafios apresentados, 74,0% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, contribuindo para um melhor controle dos níveis de endividamento.