Estado, Banco Mundial e setor produtivo debatem sobre Hidrogênio Verde no Ceará

O encontro aconteceu no Palácio da Abolição e teve representantes do Governo do Ceará, Fortescue, Fiec e IFC – principal braço do Banco Mundial para o fortalecimento do setor privado nos países em desenvolvimento.

Da Redação
22/03/24 • 18h40

Colaboração e investimento foram alguns dos temas abordados no encontro. (Foto: Governo do Ceará)

Na manhã desta sexta-feira (22), um encontro no Palácio da Abolição reuniu figuras chave do Governo do Ceará, Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Federação das Indústrias (Fiec), a empresa Fortescue e a International Finance Corporation (IFC), uma entidade do Banco Mundial. Este encontro visou a exploração de potenciais áreas de apoio da IFC no Estado, especialmente focando no hidrogênio verde e infraestrutura relacionada. Sob a liderança de Diep Nguyen-Van Houtte, a reunião proporcionou um olhar detalhado sobre a infraestrutura disponível para o desenvolvimento do H2V, incluindo o projeto da Fortescue no Complexo do Pecém e possíveis áreas de colaboração com a IFC.

Hugo Figueiredo, presidente do CIPP, destacou a preparação do complexo para receber investimentos relacionados ao hidrogênio verde. Ele mencionou que, “desde 2002, o Complexo do Pecém tem um planejamento estratégico para agrupar essa variedade de empresas com diversas atuações e está atualizando esse plano com a chegada do hidrogênio verde e também da Transnordestina”. Este planejamento evidencia a capacidade do Ceará para avançar significativamente com o apoio do IFC e do Banco Mundial.

O secretário da Fazenda, Fabrízio Gomes, abordou a cooperação entre o governo estadual e o setor privado, destacando a importância de empresas fortes e competitivas para um Estado forte. Ele ressaltou a cultura de equilíbrio fiscal do Ceará como um diferencial para atrair investimentos e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

“É importante vocês saberem que o Ceará tem essa cultura de equilíbrio fiscal, que o setor privado está se desenvolvendo e que o setor público está equilibrado para poder fazer os investimentos também em infraestrutura”, pontuou Gomes.

Luis Viga, Hugo Figueiredo e Ricardo Cavalcante foram alguns representantes do setor produtivo presentes na reunião. (Foto: Governo do Ceará)

Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, enfatizou o interesse do Banco Mundial em financiar projetos locais como um reconhecimento do trabalho conjunto entre o governo, a federação das indústrias e as universidades. Ele apontou a transição energética, com foco em energias renováveis, como uma oportunidade histórica para transformar a economia e a vida das pessoas no Ceará.

“Em 70 anos, nós nunca tivemos uma chance tão grande de mudar a vida das pessoas com sol e vento, exatamente do que a gente reclamava e que, hoje, com certeza, representa o futuro, a mudança e paradigma de futuro das pessoas nos próximos anos”, destacou o líder industrial.

Durante a reunião, foi discutido o compromisso da IFC em investir no setor de H2V, considerando o Brasil, ao lado da Índia e da China, como um dos líderes globais em energias renováveis. A IFC expressou interesse em apoiar o estado em diversas fases, desde a pré-projeto até o financiamento de longo prazo, evidenciando o mercado interno como uma vantagem competitiva significativa para o Brasil.

Luis Viga, representante da Fortescue no Brasil, apresentou os planos de investimento da empresa no CIPP, com investimentos de cerca de R$ 20 bilhões, enfatizando o potencial do Ceará e do Brasil na liderança da transição energética. “As vantagens que o Brasil tem em comparação a outros, como o custo menor da energia renovável, qualidade e disponibilidade dos recursos solares e eólicos, redes de transmissão espalhadas pelo território, entre outros, são poderosas. O desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde não só contribui para a descarbonização, mas para a neoindustrialização do país, trazendo oportunidades para outros setores como fertilizantes e aço verde”.