Cármen Lúcia diz que mulheres continuam em desvalor profissional e social

Ministra do STF abriu a sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Da Redação
08/03/24 • 19h00

Ministra Cármen Lúcia, única representante feminina do STF (Foto: Tânia Rêgo)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), expressou, nesta quinta-feira, 07, sua visão sobre a persistente desvalorização profissional e social das mulheres no Brasil. Em um discurso durante a abertura da sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a ministra destacou que, apesar da promulgação da Constituição de 1988, as mulheres ainda não experimentam plena igualdade de gênero em termos de direitos e obrigações.

Cármen Lúcia ressaltou a representação simbólica da Justiça por uma mulher e mencionou que “a própria ideia de Justiça, democracia com a balança, é feminina. No entanto, nós continuamos em desvalor profissional, social e econômico”.

A ministra também abordou a questão da violência de gênero no país, destacando que o Brasil registrou 1,7 mil feminicídios em 2023. Ela denunciou o silenciamento histórico das mulheres, rejeitando a ideia de que elas foram silenciosas, afirmando que, apesar de muitas vezes não serem ouvidas, continuaram falando.

Após o discurso da ministra, o Supremo Tribunal Federal iniciou o julgamento de uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que visa impedir tratamentos indignos a mulheres vítimas de crimes sexuais durante a tramitação de processos. A procuradoria busca evitar a desqualificação moral das mulheres que denunciam crimes sexuais.