
Três acadêmicos ganham o Prêmio Nobel de Economia por estudos sobre desigualdade global
Pesquisas destacam impacto das instituições e regimes políticos na persistência da pobreza.
Da Redação
14/10/24 • 09h50

Nesta segunda-feira (14), Simon Johnson, James Robinson e Daron Acemoglu foram anunciados como vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2024. Os três acadêmicos, com dupla nacionalidade norte-americana e britânica ou turca, foram premiados por suas contribuições para entender como instituições influenciam a prosperidade econômica e a desigualdade global.
O Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas, da Academia Real de Ciências da Suécia, ressaltou a relevância do trabalho dos laureados na análise dos motivos pelos quais a desigualdade persiste, especialmente em países afetados por regimes autoritários e corrupção. “Reduzir as grandes diferenças de renda entre os países é um dos maiores desafios de nosso tempo”, destacou Jakob Svensson, presidente do comitê. “Os laureados demonstraram a importância das instituições sociais para alcançar esse objetivo.”
O prêmio foi concedido no contexto de um relatório recente do Banco Mundial, que alertou para o aumento do endividamento nos 26 países mais pobres do mundo. Esses países, que abrigam 40% da população mais vulnerável, enfrentam um cenário de reversão na luta contra a pobreza, com níveis de dívida inéditos desde 2006.
Durante a coletiva de imprensa do Nobel, Daron Acemoglu enfatizou a importância de fortalecer instituições públicas e o Estado de Direito, apontando que a governança democrática enfrenta desafios em diversas partes do mundo. “Este é um momento em que as democracias estão passando por uma fase difícil”, afirmou Acemoglu. “É essencial que elas recuperem a posição de destaque, promovendo governança mais limpa e cumprindo as promessas de democracia para uma ampla gama de pessoas.”
O prêmio, formalmente intitulado Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, é o último Nobel concedido neste ano e tem o valor de 11 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 1,1 milhão.