Starmer afirma que acordo “malfeito” do Brexit pode ser melhorado

Novo primeiro-ministro britânico afirmou que o seu governo precisa construir confiança com a União Européia.

Da Redação
08/07/24 • 20h08

Keir Starmer, o novo primeiro-ministro do Reino Unido. (Foto: Clodagh Kilcoyne)

Keir Starmer, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou nesta segunda-feira (8) que está comprometido em garantir um acordo aprimorado com a União Europeia sobre as regras comerciais pós-Brexit, e em reformular o “acordo malfeito” assinado pelo ex-premiê Boris Johnson.

Durante um discurso em Belfast, após conversas com os líderes da Irlanda do Norte, onde as regras comerciais pós-Brexit têm sido um tema dominante por anos, Starmer afirmou que seu governo precisa implementar mudanças no acordo atual para construir confiança com a UE.

“Estamos confiantes de que podemos alcançar um acordo melhor do que o malfeito por Boris Johnson, e vamos trabalhar nisso”, disse Starmer aos repórteres, após obter uma vitória esmagadora na semana passada nas eleições gerais.

“Não conseguiremos um relacionamento melhor a menos que demonstremos compromisso com os acordos já estabelecidos”, acrescentou.

O Partido Trabalhista descartou a possibilidade de voltar a participar do mercado único ou da união alfandegária da UE, mas afirmou que é viável remover algumas barreiras comerciais com o bloco, do qual o Reino Unido saiu em 2020.

O maior partido pró-Reino Unido da Irlanda do Norte encerrou um boicote à assembleia depois de ajustes nas regras comerciais garantidos pelo ex-primeiro-ministro Rishi Sunak em fevereiro, mas desde então vem pedindo mais mudanças.

Questionado sobre a possibilidade de um referendo sobre uma Irlanda unida, após os nacionalistas irlandeses do Sinn Fein se tornarem o maior grupo da província no Parlamento, Starmer afirmou que “agiria de acordo com o Acordo da Sexta-Feira Santa” – o acordo de paz de 1998 que encerrou três décadas de violência sectária.

De acordo com o acordo, um referendo fica a critério do governo britânico se “parecer provável” ao ministro britânico para a Irlanda do Norte que uma maioria seria a favor do corte de laços com Londres.