
Seguindo o ritmo atual, universalização do saneamento deve acontecer em 2070
A previsão representa um atraso de 37 anos em relação à data estabelecida pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
Da Redação
16/07/24 • 11h20

Pesquisa do Instituto Trata Brasil, divulgada nesta segunda-feira (15), indica que a universalização do saneamento no Brasil só será alcançada em 2070, se mantido o ritmo atual de melhorias no setor. A previsão representa um atraso de 37 anos em relação à data limite estabelecida pela Lei 14.026, de 15 de julho de 2020, conhecida como Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
O estudo destaca que cerca de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e mais de 90 milhões não têm coleta de esgoto. A lei determinou que todas as localidades brasileiras devem atender a 99% da população com abastecimento de água e 90% com esgotamento sanitário até 2033.
Para atingir a universalização, o levantamento aponta que serão necessários mais R$ 509 bilhões de investimentos pelas operadoras de saneamento, o que equivale a R$ 46,3 bilhões anuais a partir de 2023. Atualmente, o investimento anual é de aproximadamente R$ 20,9 bilhões, valor que precisaria mais do que dobrar para cumprir o prazo estabelecido em lei.
O documento do Instituto Trata Brasil também revela que cerca de 10 milhões de pessoas vivem em municípios sem contratos de saneamento regulares, totalizando 579 cidades nessa situação.
A Presidente-Executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, ressaltou a importância do saneamento para a saúde pública e a necessidade de os candidatos às próximas eleições municipais incluírem o tema em seus planos e se comprometerem com a universalização do acesso à água e ao esgotamento sanitário.