Seca extrema afeta 42 territórios indígenas e milhares de domicílios na Amazônia

Relatório destaca impacto ambiental severo em 15 povos originários e suas terras.

Da Redação
25/09/24 • 05h00

O colapso comprometeu o funcionamento de 110 escolas e 40 unidades de saúde. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um novo relatório da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), divulgado na Semana do Clima em Nova York (22 a 29 de setembro), alerta para os efeitos devastadores da seca extrema que atingiu, somente em julho deste ano, 42 territórios indígenas e mais de 3 mil domicílios na Amazônia. Entre os afetados estão 15 povos originários, incluindo um grupo indígena isolado.

A Amazônia à Beira do Colapso – Boletim Trimestral da Seca Extrema detalha o colapso ambiental que também comprometeu o funcionamento de 110 escolas e 40 unidades de saúde em áreas indígenas. O estado mais afetado pela seca é o Amazonas, parte da Amazônia Legal, que inclui os estados do Acre, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

De acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a seca tem se agravado desde maio deste ano. Em janeiro, por exemplo, estados como Maranhão, Pará e Tocantins viram a severidade da seca passar de moderada para grave, e os impactos de longo prazo são evidentes em praticamente todos os estados da Amazônia Legal.

O rio Iaco, no Acre, atingiu níveis historicamente baixos, com apenas 30 centímetros nesta terça-feira (24), o menor nível já registrado. Outros rios e afluentes da região também enfrentam alertas máximos de seca.

A qualidade do ar é outra preocupação. Rio Branco e Porto Acre estão com níveis de poluição atmosférica classificados como “péssimos”, conforme informações da ANA, evidenciando o impacto ambiental generalizado da seca severa.